Carlos César foi condecorado por Cavaco, mas não esqueceu divergências

Ex-presidente do Governo Regional dos Açores garantiu que mantém declarações sobre Presidente da República.

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Carlos César foi um dos condecorados por Cavaco Silva, juntamente com Pinto Monteiro e Moura Ramos Enric Vives-Rubio

O antigo presidente do Governo Regional dos Açores vincou que “o interesse do Estado e do serviço público não são marcados pelos incidentes no relacionamento entre as pessoas ou as instituições”. Neste sentido, Carlos César deixou uma garantia: “Eu, pela minha parte, nunca prescindi de fazer oposição àquilo com que não concordava e nunca prescindi de lutar pela minha região.”

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O antigo presidente do Governo Regional dos Açores vincou que “o interesse do Estado e do serviço público não são marcados pelos incidentes no relacionamento entre as pessoas ou as instituições”. Neste sentido, Carlos César deixou uma garantia: “Eu, pela minha parte, nunca prescindi de fazer oposição àquilo com que não concordava e nunca prescindi de lutar pela minha região.”

Questionado sobre se a visita do Presidente da República aos Açores em 2011 tinha colocado um ponto final nas "divergências de opinião", Carlos César negou: “O centralismo está muito associado à maior parte da classe política e os mais altos responsáveis do Estado não estão livres dessa doença que ainda anima muito a política nacional.”

Durante a cerimónia de condecoração, Cavaco Silva considerou que, durante os 16 anos em que esteve à frente do Governo Regional dos Açores, Carlos César deu “o melhor do seu esforço e saber e o seu enorme dinamismo ao serviço do progresso da região e do bem-estar dos açorianos”.

Relembre-se que as tensões entre Carlos César e Cavaco Silva começaram em Julho de 2008, quando o Presidente da República pediu a fiscalização da constitucionalidade do Estatuto Político-Administrativo dos Açores (EPAA), que culminou com a declaração de inconstitucionalidade de oito normas do diploma, aprovado por unanimidade no Parlamento.

Após algumas alterações efectuadas pelo Parlamento, Cavaco Silva aprovou o EPAA, com a abstenção do PSD, mas vincou a existência de normas “absurdas”. Na altura, Carlos César acusou o Presidente da República de fazer uma "dramatização excessiva".