Portas defende que Portugal “não se pode queixar” do orçamento comunitário

Ministro sublinha que Portugal ficou 300 milhões de euros acima do que era considerada uma boa base de negociação.

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Paulo Portas Enric Vives-Rubio

Em audição na Assembleia da República, na Comissão parlamentar de Assuntos Europeus, o ministro Paulo Portas sublinhou que, no Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia para o período 2014-2020,“Portugal fica com 300 milhões de euros acima da proposta da Comissão Europeia". "Isto é um mau resultado?” E, logo de seguida, deu a resposta: “Há uma diferença entre cantar vitória, que seria um erro, ou passarmos a vida a desvalorizar as nossas próprias conquistas, porque houve muita gente a ficar pior do que nós.”

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Em audição na Assembleia da República, na Comissão parlamentar de Assuntos Europeus, o ministro Paulo Portas sublinhou que, no Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia para o período 2014-2020,“Portugal fica com 300 milhões de euros acima da proposta da Comissão Europeia". "Isto é um mau resultado?” E, logo de seguida, deu a resposta: “Há uma diferença entre cantar vitória, que seria um erro, ou passarmos a vida a desvalorizar as nossas próprias conquistas, porque houve muita gente a ficar pior do que nós.”

Paulo Portas argumentou que Portugal, no total dos fundos para a agricultura e a coesão, registou uma descida de “apenas 9,7%”, enquanto a média dos países da União Europeia se situou nos 13%, pelo que o país “conseguiu evitar as reduções do orçamento disponível” da melhor forma.

“Não nos podemos queixar”, sublinhou.

Pelo lado do PS, o deputado Vitalino Canas classificou este orçamento como um “orçamento de austeridade” que não vai contribuir como era desejável para o crescimento da economia e para a criação de emprego. O socialista argumentou ainda que esta não é a “Europa da solidariedade”, mas “a Europa em que cada um tem o seu envelope”, lembrando que tanto a coesão como a Política Agrícola Comum sofreram cortes de três mil milhões de euros. “Dá a ideia da nossa não vitória, ao contrário do que diz o Governo”, rematou Vitalino Canas.

Portas respondeu que Portugal foi “muito menos prejudicado do que outros países" e contra-atacou com o quadro comunitário de apoio 2007/2012, negociado pelo Governo socialista, em que os cortes atingiram os cinco mil milhões de euros.

Pelo lado do BE, a deputada Catarina Martins registou uma diferença entre o discurso do Governo e o orçamento que agora foi aprovado. A deputada perguntou ainda se, face aos cortes, virá da União Europeia “algum tostão para quem ficar desempregado”. Já Bernardino Soares, do PCP, argumentou que Portugal vai “de perda em perda”, quer de fundos comunitários, quer no âmbito do crescimento da economia. “Há uma diminuição real e os cheques não compensam”, frisou o deputado comunista.