Portugal consegue "cláusula especial" que protege bacalhau da aplicação de fosfatos

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Rui Soares

Na terça-feira, deverá ser discutida e votada uma proposta conjunta da Dinamarca, da Islândia e de uma associação de armadores da Noruega sobre a aplicação de fosfatos no bacalhau.

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Na terça-feira, deverá ser discutida e votada uma proposta conjunta da Dinamarca, da Islândia e de uma associação de armadores da Noruega sobre a aplicação de fosfatos no bacalhau.

Nesta proposta, há uma alínea relativa ao bacalhau português que explica o processo de secagem tradicional usado em Portugal e indica que "o uso de polifosfatos pode influenciar este processo de secagem", bem como "prejudicar a cor típica, a textura e o sabor do bacalhau".

"Para permitir que os produtores de bacalhau se adaptem à situação em que o peixe que é tratado com fosfatos possa ser colocado no mercado, deve ser proposto um período de transição", refere ainda o documento.

Ove Thorsheim, embaixador da Noruega em Portugal, disse à Lusa que "a parte norueguesa fica muito satisfeita" com esta proposta.

"Apoiamos os esforços feitos para preservar o bacalhau tradicional como todos o conhecemos e vamos fazer a nossa parte, em cooperação próxima com os armadores e comerciantes em Portugal, para garantir que os consumidores de Bacalhau da Noruega tenham o produto de alta qualidade a que estão habituados", disse o diplomata.

Em Dezembro, a ministra da Agricultura e Pescas afirmou, em Bruxelas, que “a Comissão está sensibilizada” para a exigência de Portugal garantir uma excepção que assegure que em Portugal se pode continuar a consumir bacalhau de acordo com a cura tradicional de salga.

“Esse é o ponto pelo qual estamos a batalhar, está perfeitamente assumido por parte da Comissão, e estamos, a um nível técnico, a ver os mecanismos para que isto seja uma efectiva realidade. De toda a maneira, o ‘dossier’ arrastou-se e, portanto, neste Natal não há problema nenhum com o bacalhau, e no próximo Natal seguramente também não haverá, porque o problema estará também resolvido”, declarou, na época, Assunção Cristas.

Assunção Cristas reiterou que aquilo que Portugal está a procurar fazer é garantir que no regulamento fiquem consagrados tanto a questão da etiquetagem, ou seja, a certificação do bacalhau, como também um método obrigatório de análise, que permita controlar se foram ou não utilizados fosfatos.