Mau tempo de sábado provocou ondas de 19 metros

Pelo menos em Sines, ondas bateram recorde dos últimos 25 anos, segundo dados do Instituto Hidrográfico.

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Vento elevou a ondulação para valores próximos dos 20 metros Paulo Pimenta

Os valores foram obtidos por bóias que o Instituto Hidrográfico, da Marinha Portuguesa, mantém em quatro pontos do país. Em Leixões, Sines e Faro, as bóias estão localizadas num ponto da costa onde a profundidade do mar é de 100 metros.

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Os valores foram obtidos por bóias que o Instituto Hidrográfico, da Marinha Portuguesa, mantém em quatro pontos do país. Em Leixões, Sines e Faro, as bóias estão localizadas num ponto da costa onde a profundidade do mar é de 100 metros.

Na Nazaré, o instituto tem uma bóia oceânica, numa zona de maior profundidade. Foi aí que se registou uma onda de 19,4 metros, o maior valor detectado na rede de monitorização no sábado, quando uma tempestade causou ventos de até 140 quilómetros por hora em Portugal.

Em Sines, as ondas mais altas estiveram, em média, nos 9,8 metros, com um valor máximo de 17,5 metros – um recorde desde 1988. Leixões também teve valores elevados, com uma onda de 15,6 metros e valores médios de 9,6 metros entre as mais altas.

Em Faro, os valores foram menores: média de 4,5 metros e máximo de 9,1 metros.

De acordo com o comandante Santos Martinho, chefe da Divisão de Oceanografia do Instituto Hidrográfico, as altas ondas identificadas ocorreram a alguma distância da costa. Mais junto à terra, a ondulação dissipa-se, perdendo altura.

Embora um episódio de mau tempo como o de sábado normalmente provoque uma sobrelevação do mar, as ondas elevadas são justificadas pela alta velocidade das massas de ar verificada um pouco por todo o país. “É um fenómeno exclusivamente causado pelo vento”, diz Santos Martinho.