Descarrilamento de comboio no Egipto provoca pelo menos 19 mortos

O acidente gerou uma onda de indignação em relação à segurança nos transportes egípcios.

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Segundo fontes oficiais citadas pela AFP, o comboio circulava no sul do país em direcção ao Cairo e o acidente ocorreu pouco depois da meia-noite de segunda-feira em Badrasheen, na região de Gizé, quando duas carruagens se desprenderam.

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Segundo fontes oficiais citadas pela AFP, o comboio circulava no sul do país em direcção ao Cairo e o acidente ocorreu pouco depois da meia-noite de segunda-feira em Badrasheen, na região de Gizé, quando duas carruagens se desprenderam.

O Ahram online, um site oficial do Egipto, aumenta o número de mortos para 120, citando um comunicado do ministro dos Transportes, Hatem Abdel-Latif. Diz, igualmente, que apenas uma das 12 carruagens do comboio se soltou e colidiu com um comboio de mercadorias estacionado junto a um armazém. O mesmo site refere que a bordo seguiam 1238 recrutas do exército egípcio e a carruagem que se desprendeu transportava cerca de 200.

Citando um oficial do Egipto que não se quis identificar, o Ahram online avança que os feridos ficaram em condições críticas, pelo que o número de mortos pode aumentar nas próximas horas. O procurador geral do Egipto, Talaat Abdullah, já ordenou o enterro das vítimas.

Ao local chegaram mais de 60 ambulâncias e os feridos foram transportados para hospitais locais, disse o ministro da Saúde à AFP.

O primeiro-ministro Hichman Qandil deslocou-se ao local do acidente, mas a visita não durou muito tempo, pois vários habitantes aproveitaram para expressar a sua indignação face ao mau estado das estradas egípcias, gritando: “Você tem sangue nas mãos, Sr. Hicham”.

No Egipto, os acidentes rodoviários ou ferroviários são frequentes devido às más condições dos veículos e das estradas e ao incumprimento das normas de circulação.

Em Novembro, a colisão entre um comboio e um autocarro escolar vitimou 50 pessoas, 48 delas crianças, na cidade de Assiout, no sul do Cairo. O acidente levou à demissão do ministro de Transportes, Mohamed Rashad e a várias manifestações. Segundo o Ahram online, dias depois, pelo menos três egípcios morreram e mais de 30 ficaram feridos num acidente ferroviário em Fayoum, outra cidade do sul do Cairo.

Em 2009, outra colisão entre dois comboios de passageiros na região de Gizé provocou 18 mortos e dezenas de feridos. Em 2002, um incêndio num comboio no Cairo vitimou 373 pessoas.

O acidente desta segunda-feira intensifica o debate sobre as condições de segurança nas estradas do Egipto e pode pressionar o actual ministro dos transportes, Hatem Abdel-Latif, a reformar o sistema ferroviário como prometeu aquando da tomada de posse.

“Temos de admitir que o sistema de caminhos-de-ferro está em decadência. Vamos continuar a investigar como o acidente ocorreu, se por causa de falhas no comboio ou nos trilhos ou por outros motivos”, disse Hatem Abdel-Latif ao Ahram.