Piloto francês morto durante ataque aéreo no Mali

Governo diz que prosseguem os ataques aéreos, bem como as operações para proteger os cidadãos franceses. Missão de apoio envolve "centenas de soldados" franceses.

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As tropas francesas estão a apoiar as tropas do Mali no combate aos islamistas ISSOUF SANOGO/Reuters

Segundo o ministro, Jean-Yves Le Drian, o soldado foi morto durante o raide, na noite passada, "contra uma coluna terrorista" vinda do Norte e que se dirigia para duas cidades do Sul do Mali", depois da captura de Konna, na sexta-feira.

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Segundo o ministro, Jean-Yves Le Drian, o soldado foi morto durante o raide, na noite passada, "contra uma coluna terrorista" vinda do Norte e que se dirigia para duas cidades do Sul do Mali", depois da captura de Konna, na sexta-feira.

O ataque foi feito "em apoio do Exército maliano, permitindo a destruição de várias unidades terroristas e parando a sua progressão", afirmou este sábado de manhã.

A edição online do jornal Le Point noticiou, entretanto, que outros dois helicópteros "foram igualmente destruídos" pelos rebeldes quando regressavam à base, no vizinho Burkina Faso. A informação não foi confirmada oficialmente.

Jean-Yves Le Drian avançou ainda que prosseguem os ataques aéreos no Mali, bem como as operações para proteger os cidadãos franceses.

França envia centenas de soldados
Na mesma conferência de imprensa, Drian explicou que as primeiras unidades de combate francesas chegaram sexta-feira à capital maliana “para contribuir para a protecção de Bamako e garantir a segurança dos cidadãos franceses”. Segundo números oficiais, residem no Mali seis mil detentores de passaporte francês e a sua protecção foi a primeira razão invocada por Paris para o envolvimento no conflito na antiga colónia, onde estavam já elementos das forças especiais e helicópteros.

O ministro da Defesa explicou que, perante o agravamento da situação e o pedido de auxílio do Presidente do Mali, o Governo francês decidiu intervir em força, em respeito pelo artigo 51 da Carta das Nações Unidas – que prevê “o natural direito de legítima defesa, individual ou colectiva, no caso de um membro da ONU estar a ser objecto de uma agressão armada” – e pela resolução aprovada em Dezembro pelo Conselho de Segurança, que autorizava o envio de uma força para combater os islamistas que tomaram o controlo do Norte do país.

Assim, aos primeiros militares, vão juntar-se “rapidamente” várias companhias, num dispositivo que, segundo Drian, terá “centenas de soldados franceses”. O contingente envolve também meios aéreos como os que, na última madrugada, entraram em acção em apoio às forças malianas que tentam evitar que os islamistas tomem o controlo das cidades de Mopti e Sévaré, no caminho para Bamako. Esta operação, conclui o ministro, “durará o tempo que for necessário”.

Além das forças francesas, o Exército do Mali confirmou também a presença de soldados da Nigéria e do Senegal. E depois do aval dado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ao envio de tropas, “outros países amigos” já manifestaram a intenção de ir em auxílio do Governo do Mali, revelou o coronel, Oumar Dao, chefe da operação militar.