Quando falsificar se torna uma arte

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Elmyr de Hory, a quem o Círculo de Belas Artes de Madrid vai dedicar uma exposição este ano, foi um dos maiores falsificadores da história: assinou como Picasso, Matisse, Renoir, Modigliani e Degas

Talvez estas sejam perguntas sem resposta. Para a história, e na memória, ficam os nomes de mestres como Picasso, Modigliani ou Degas, e não os daqueles que sempre tentaram imitar a sua arte. Esta é a regra, Elmyr de Hory (1906-1976) é a excepção.

Conhecido como um dos maiores falsificadores de obras de arte da história, o húngaro, que morreu em 1976, vai ter uma exposição em Madrid dedicada à sua obra. Elmyr de Hory. Proyecto Fake, que inaugura em Fevereiro no Círculo De Belas Artes, expõe ao público pela primeira vez os óleos e as aquarelas com que o falsificador se tornou conhecido. A proposta da exposição, curada por Dolores Durán, é pôr o público a reflectir sobre os conceitos de autoria e de verdade na criação artística. Onde está a originalidade da cópia? Como se identificam os traços de cada autor, o original e o falsificador?

Muito recentemente, quando o Museu do Prado, também em Madrid, anunciou, no início do ano passado, a descoberta da cópia mais antiga de sempre da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, estas perguntas voltaram a estar em cima da mesa. Uma cópia mais bonita do que o original, escreveram então alguns jornais. Mas é possível que a cópia seja melhor do que o original? Que crédito merece o autor se não é dele a ideia, ainda que tenha conseguido imitar perfeitamente o mestre?

Por ter posto tudo isto em causa, Elmyr de Hory sempre foi uma figura carismática na arte. Enganou curadores, artistas e directores de museus. Assinou como Picasso, Matisse, Renoir, Modigliani ou Degas. Conseguiu ter quadros expostos em alguns dos locais mais importantes do mundo e vendeu trabalhos a preços milionários. A sua vida e a sua arte despertaram primeiro a atenção do norte-americano Clifford Irving, que em 1969 publicou a biografia Fake! The Story of Elmyr De Hory, the Greatest Art Forger of Our Time, e depois do realizador Orson Welles, que contou a história de Elmyr de Hory no cinema em F for Fake, de 1974.

A exposição do Círculo de Belas Artes de Madrid estará aberta ao público de 7 de Fevereiro a 12 de Maio.

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Talvez estas sejam perguntas sem resposta. Para a história, e na memória, ficam os nomes de mestres como Picasso, Modigliani ou Degas, e não os daqueles que sempre tentaram imitar a sua arte. Esta é a regra, Elmyr de Hory (1906-1976) é a excepção.

Conhecido como um dos maiores falsificadores de obras de arte da história, o húngaro, que morreu em 1976, vai ter uma exposição em Madrid dedicada à sua obra. Elmyr de Hory. Proyecto Fake, que inaugura em Fevereiro no Círculo De Belas Artes, expõe ao público pela primeira vez os óleos e as aquarelas com que o falsificador se tornou conhecido. A proposta da exposição, curada por Dolores Durán, é pôr o público a reflectir sobre os conceitos de autoria e de verdade na criação artística. Onde está a originalidade da cópia? Como se identificam os traços de cada autor, o original e o falsificador?

Muito recentemente, quando o Museu do Prado, também em Madrid, anunciou, no início do ano passado, a descoberta da cópia mais antiga de sempre da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, estas perguntas voltaram a estar em cima da mesa. Uma cópia mais bonita do que o original, escreveram então alguns jornais. Mas é possível que a cópia seja melhor do que o original? Que crédito merece o autor se não é dele a ideia, ainda que tenha conseguido imitar perfeitamente o mestre?

Por ter posto tudo isto em causa, Elmyr de Hory sempre foi uma figura carismática na arte. Enganou curadores, artistas e directores de museus. Assinou como Picasso, Matisse, Renoir, Modigliani ou Degas. Conseguiu ter quadros expostos em alguns dos locais mais importantes do mundo e vendeu trabalhos a preços milionários. A sua vida e a sua arte despertaram primeiro a atenção do norte-americano Clifford Irving, que em 1969 publicou a biografia Fake! The Story of Elmyr De Hory, the Greatest Art Forger of Our Time, e depois do realizador Orson Welles, que contou a história de Elmyr de Hory no cinema em F for Fake, de 1974.

A exposição do Círculo de Belas Artes de Madrid estará aberta ao público de 7 de Fevereiro a 12 de Maio.