Subcomandante Marcos anunciou o regresso do Exército Zapatista à luta no México

Em três comunicados, o Exército Zapatista critica todos os partidos, exige o cumprimento dos Acordos de São José e anuncia novas acções "civis e pacíficas".

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O subcomandante Marcos em Chiapas, em 2005 Oscar LEO/AFP

Na quarta-feira, foram emitidos três comunicados assinados pelo subcomandante Marcos que criticam a classe política, a começar pelo novo Presidente, Enrique Peña Nieto (e com ele o Partido Revolucionário Institucional, PRI, que governou o país sete décadas e estava há 12 afastado, regressou ao poder).

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Na quarta-feira, foram emitidos três comunicados assinados pelo subcomandante Marcos que criticam a classe política, a começar pelo novo Presidente, Enrique Peña Nieto (e com ele o Partido Revolucionário Institucional, PRI, que governou o país sete décadas e estava há 12 afastado, regressou ao poder).

"A nossa mensagem não é de resignação, não é de guerra, de morte e destruição. A nossa mensagem é de luta e resistência", escreveu Marcos, cujas mensagens do Comité Clandestino Revolucionário Indígena são citadas pelo jornal espanhol El País. Considera o regresso do PRI ao poder um "golpe de Estado mediático" e faz saber: "Se eles [os priistas] nunca desapareceram, nós também não".

"Os maus governos de todo o espectro político, sem excepção, fizeram todos os possíveis para nos destruir, para nos comprar, para nos rendermos", escreveu Marcos, incluindo na lista a esquerda de Andrés Manuel Lopes Obrador, que tentou impugnar a eleição de Peña Nieto.

Há quase dois anos que o subcomandante não emitia um comunicado e o Exército zapatista anuncia que, nos próximos dias, revelará "uma série de iniciativas de carácter civil e pacífico" em nome dos povos originários do México e de todo o continente americano que "resistem e lutam" com um ideário de esquerda. Os comunicados lembram que foram assinados os Acordos de São José, em 1996, pelo PRI, era então Presidnete Ernesto Zedillo, e que esses acordos devem ser cumpridos.