Guimarães 2012: para o ano, há Noites Brancas e jovens artistas na Plataforma das Artes

Guimarães 2012 não termina. Em 2013, devem regressar as Noites Brancas; já a Plataforma da Artes planeia receber jovens artistas

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Guimarães tem hoje uma aura cultural” Guimarães 2012/Flickr

O regresso das Noites Brancas e a continuação dos ateliers criativos e da utilização da fábrica Asa são hipóteses de continuidade da Capital Europeia da Cultura (CEC) para o próximo ano, a somar à programação com as associações locais.

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O regresso das Noites Brancas e a continuação dos ateliers criativos e da utilização da fábrica Asa são hipóteses de continuidade da Capital Europeia da Cultura (CEC) para o próximo ano, a somar à programação com as associações locais.

“Guimarães tem de ser melhor em 2013 do que era em 2011”, afirma José Bastos, com a autoridade de quem já trabalhava em Cultura em Guimarães antes da CEC, à frente do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), onde permanecerá com a responsabilidade acrescida de passar a gerir a Plataforma das Artes e da Criatividade (PAC) e o Centro de Criação de Candoso e, admite, continuar a usar o espaço da fábrica Asa “como espaço de criação”.

José Bastos, que também foi programador para a área do Espaço Público da Guimarães 2012, afirma que já está “a repensar o futuro em função daquilo que foi a experiência que CEC permitiu” o que já levou a “mudanças na filosofia de programação do CCFV” e a estudar para a integração de eventos como as Noites Brancas, no calendário de animação de Guimarães do próximo ano.

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Plataforma albergará programação na área da dança, teatro e música electrónica e alternativa José Campos

Plataforma das Artes recebe jovens artistas

Há agora a necessidade combinar a programação do CCFV com a PAC, ambas a ser geridas pela Oficina, cooperativa com participação maioritária da câmara. O novo espaço, erguido no antigo mercado municipal, vai continuar a ter uma mostra das colecções de José Guimarães e da própria obra do artista a par de uma programação na área das artes plásticas que, segundo José Bastos “uma área que não tinha tanta expressão em Guimarães e que a partir de agora terá outras condições para acolher projetos”.

A “black box” deverá ser “mais um espaço de trabalho dentro da lógica das residências artísticas” mas albergará também programação na área da dança e teatro mas, afirma José Bastos, “sempre que possível os projectos de música electrónica e música alternativa, serão direccionados para aquele espaço porque tem as condições ideais para isso”.

As renovadas galerias comerciais do antigo mercado, exceptuando uma que funcionará como zona de restauração, destinam-se a jovens artistas que terão nesses locais um ponto de trabalho e de venda ao público.

Cinema, poesia e arquitectura

Para além de toda a vida que os novos espaços vão ter, os ecos de 2012 vão continuar no próximo ano, quer devido aos projectos da área dos Tempos Cruzados reprogramados para 2013, quer porque por questões de financiamento ou de execução algumas áreas de programação ainda têm projectos a decorrer. É o caso, por exemplo, do cinema.

Durante 2013, deverão estrear o tríptico que junta as experiências de Peter Greenway, Jean-Luc Godard e Edgar Pera em 3D, as curtas com pequenos apoios da CEC (“Revolução Industrial” e “The oldest aliance”), as cinco curtas sobre Novais Teixeira, o programa de filmes de três minutos em Super 8 para que foram convidados a filmar várias personalidades.

As publicações também continuarão por 2013, caso, por exemplo na área do cinema de um livro sobre Novais Teixeira e um outro sobre toda actividade cinéfila durante 2012 ou, na área da Arte e Arquitectura, de muitos dos catálogos sobre as exposições que foram decorrendo durante a CEC e que deverão ser lançados associados a conferências ou a "workshops".

Gabriela Vaz-Pinheiro, a responsável por esta área, admite ainda a hipótese, que “tem sido ventilada”, de continuar os Laboratórios de Curadoria, “enquanto conceito”, ao longo do próximo ano.

Mas a face mais visível desta continuação da CEC é porventura a área dos Tempos Cruzados que com o programa Constelações, a Arca da Formosa, um ciclo de poesia, um de conferências, um renovado “Guimarães canta e dança” e vários outros eventos deverá continuar a dar destaque às associações locais.

“Tivemos 150 acções em 2012, o que corresponde a aproximadamente 10 por cento da programação global da CEC e tivemos à volta de 35 mil pessoas envolvidas”, afirmou à Lusa Eduardo Meira. “No próximo ano contamos ter cerca de 100 a 120 acções programadas, o que significa que a produção do próximo ano será relativamente próxima em termos de volume da que foi este ano.” Mas para este programador local o que mais conta de herança é que “Guimarães está impregnada de elementos culturais na sua vivência quotidiana”. Guimarães, conclui, “tem hoje uma aura cultural”.