Central de biogás da Tratolixo suspensa por falta de financiamento

Negociações sem sucesso com a banca colocam em risco unidade para o tratamento de resíduos orgânicos de um milhão de habitantes de Cascais, Sintra, Oeiras e Mafra.

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Projecto da central de digestão anearóbia pode ficar comprometido Público

 

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“Poderá estar em causa a qualidade do serviço público”, alertou o administrador da empresa, detida por uma associação formada pelas autarquias de Cascais, Sintra, Oeiras e Mafra.

A suspensão do financiamento do projecto pode levar a “interromper o tratamento de resíduos” e a “encontrar uma solução muito mais onerosa”, justificou o responsável.

De acordo com Domingos Saraiva, há mais de um ano que se arrastam as dificuldades em assegurar, junto da banca, verbas para concluir a central de digestão anaeróbia da Abrunheira, Mafra.

Para além de tratar os resíduos, esta segunda unidade da Tratolixo também produz electricidade.

“Colocar em causa postos de trabalho não nos passa pela cabeça, porque acreditamos que vai ser encontrada uma solução”, disse Domingos Saraiva, remetendo detalhes do processo para uma conferência de imprensa agendada para esta sexta-feira, com a presença dos presidentes das quatro câmaras accionistas da empresa.

O presidente do Conselho de Administração adianta que o actual impasse “atrasa a conclusão do projecto” da central de da Abrunheira e “aumenta os seus custos” de funcionamento.

O contrato de financiamento desta segunda unidade da Tratolixo, responsável pelo tratamento de resíduos produzidos por cerca de um milhão de habitantes, foi assinado em 2005.

Após “vários acidentes de percurso”, o financiamento foi retomado em 2008, mas voltou a ser suspenso em 2011, adiantou Domingos Saraiva.

A construção da central da Abrunheira iniciou-se em 2009.

Esta é segunda unidade da Tratolixo, que processa cerca de 500 mil toneladas de resíduos por ano e emprega cerca de 300 pessoas.