Reformados saíram às ruas em Espanha contra austeridade
Houve manifestações em dezenas de cidades contra a actualização das pensões em 1% ou 2%, abaixo da taxa de inflação.
A decisão de não compensar os pensionistas em 2013 pela inflação – contestada nas ruas de, pelo menos, 55 cidades – foi, segundo o Governo, motivada pela situação de tesouraria da Segurança Social, num contexto de pressão europeia para o país cortar na despesa pública.
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A decisão de não compensar os pensionistas em 2013 pela inflação – contestada nas ruas de, pelo menos, 55 cidades – foi, segundo o Governo, motivada pela situação de tesouraria da Segurança Social, num contexto de pressão europeia para o país cortar na despesa pública.
De acordo com a regra espanhola, as pensões são actualizadas, anualmente, em função do Índice de Preços no Consumidor (IPC) e da inflação subjacente.
Para os pensionistas que recebem menos de mil euros, o valor da pensão vai aumentar 2% no próximo ano, enquanto para os restantes haverá uma subida de 1%. Como a actualização não corresponde à subida dos preços (inflação de 2,9% em Novembro), os pensionistas vão perder poder de compra.
Nas contas do Governo, se as pensões fossem aumentadas de acordo com o estabelecido no chamado Pacto de Toledo (um acordo parlamentar de 1995 relativo à Segurança Social e pensões), isso implicaria um custo adicional de 3800 milhões de euros para a Segurança Social.
“É preciso lutar contra estas pessoas [Governo], vão arruinar-nos e vão enriquecer ainda mais”, afirmou Raul Herrero, de 64 anos, que elogiou a “mobilização” de cidadãos nas ruas de Madrid e defendeu uma “mudança radical” de políticas.
Em alguns cartazes, viam-se críticas directas ao Presidente do Governo, Mariano Rajoy, que quebrou uma promessa eleitoral em relação à actualização das pensões, defendendo o recuo com a necessidade de poupar 150 milhões de euros em dois anos para Espanha cumprir a consolidação orçamental acordada com os parceiros europeus.