Raiz da crise do Estado social “é económica”, diz João Ferreira do Amaral

O declínio do Estado social “não é inevitável” e tem uma origem “económica e não demográfica”, defende o economista João Ferreira do Amaral.

Apesar do envelhecimento da população (que implica um gasto crescente com pensões e cuidados de saúde), argumenta Ferreira do Amaral, o problema do financiamento do Estado social está no “crescimento muito insatisfatório” que se tem registado na última década e meia.

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Apesar do envelhecimento da população (que implica um gasto crescente com pensões e cuidados de saúde), argumenta Ferreira do Amaral, o problema do financiamento do Estado social está no “crescimento muito insatisfatório” que se tem registado na última década e meia.

O economista chama a atenção, em particular, para o “alto nível de desemprego”, sublinhando que “convém não esquecer que há níveis muito altos de activos que não estão a trabalhar”.

Ferreira do Amaral admite que “haja aspectos em que o Estado social cria obstáculos ao crescimento”, mas frisa que “a raiz do problema não é essa”.

A raiz, diz, “é que as sociedades europeias quase desistiram do crescimento económico, e as sociedades modernas não foram feitas para isso, precisam de crescimento económico sustentado”.