GNR investiga referendo a pedir mudanças no comando

Militares receberam e-mail com vista a “medir o apoio interno” a alterações na estrutura de topo da Guarda. Comando-geral admite possível “crime militar”.

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Mais de 600 pessoas responderam até agora ao inquérito Enric Vivies-Rubio

O texto, intitulado “Referendo por uma Guarda melhor”, está a circular na Internet e foi enviado para os endereços electrónicos institucionais dos militares. O porta-voz da GNR, major Gonçalo Carvalho, disse à agência Lusa que já foi iniciado “um processo para investigar o uso indevido de meios electrónicos” e a possibilidade de esta acção configurar “um crime militar”. O objectivo passa, nesta primeira fase, por recolher informação com vista à participação às entidades competentes.

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O texto, intitulado “Referendo por uma Guarda melhor”, está a circular na Internet e foi enviado para os endereços electrónicos institucionais dos militares. O porta-voz da GNR, major Gonçalo Carvalho, disse à agência Lusa que já foi iniciado “um processo para investigar o uso indevido de meios electrónicos” e a possibilidade de esta acção configurar “um crime militar”. O objectivo passa, nesta primeira fase, por recolher informação com vista à participação às entidades competentes.

Um grupo de oficiais da Guarda enviou um questionário para o endereço institucional dos militares da GNR com nove perguntas com o objectivo de “medir o apoio interno à mudança” na sua “gestão de topo”, lê-se no texto do referendo. O questionário foi enviado para “todos os endereços institucionais existentes, de militares do quadro permanente da GNR. Totalizam 27.974 endereços de e-mail, independentemente de se encontrarem ou não activos”, adianta.

Os autores do documento afirmam que a GNR está “a perder competitividade face a outras forças e serviços de segurança” e enumeram como principal causa o facto de os “decisores de topo” serem “constituídos unicamente por oficiais generais do Exército”. Nesse sentido, adiantam que a GNR “precisa de decisores de topo qualificados, que conheçam e pugnem pelos interesses da instituição e assegurem a sua autonomia e a sua coesão”.

Até hoje já responderam ao inquérito 667 pessoas e a página de Internet sobre o referendo foi vista por mais de duas mil.