Tribunal rejeita recurso de Kerviel no caso Société Générale

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Kerviel foi condenado a 3 anos de prisão efectiva e a pagar 4,9 mil milhões ao Societe Generale Foto: Gonzalo Fuentes / Reuters

O juiz Mireille Filippini considerou hoje Kerviel culpado dos crimes de abuso de confiança, falsificação de documentos e introdução de dados falsos no sistema do banco, noticiou hoje a Bloomberg. Kerviel tinha entreposto recurso argumentando que o banco o usou como “bode expiatório” para as perdas registadas no negócio das hipotecas de alto risco.

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O juiz Mireille Filippini considerou hoje Kerviel culpado dos crimes de abuso de confiança, falsificação de documentos e introdução de dados falsos no sistema do banco, noticiou hoje a Bloomberg. Kerviel tinha entreposto recurso argumentando que o banco o usou como “bode expiatório” para as perdas registadas no negócio das hipotecas de alto risco.

“É claro que a Société Générale foi vítima dos crimes, pelos quais Jerome Kerviel foi o único culpado”, disse Filippini, citado pela Bloomberg. O juiz condenou o antigo funcionário do banco francês a cumprir uma pena de cinco anos de prisão, com dois deles em pena suspensa, e a pagar a totalidade do montante perdido pelo banco.

O advogado de Kerviel, David Koubbi, disse que iriam ponderar o recurso, naquilo que foi uma “grande injustiça”. “Nós defendemos convictamente Jerome Jerviel e, apesar nos novos elementos que apresentámos, nada fê-los mudar de opinião”, afirmou David Koubbi citado pela Bloomberg.

Já a Société Générale, através do seu advogado Jean Veil, mostrou-se realista em relação à capacidade de Kerviel de pagar o montante definido, pelo que iria propor uma quantia ajustada aos seus rendimentos. Porém, salientou que não acredita que “o dano que ele provou ao banco e aos seus funcionários" possa ser facilmente apagado da memória.

Esta decisão surgiu depois de as acusações terem subido de tom no recurso de Kerviel, no qual os seus advogados argumentaram que o banco francês lhe tinha dado permissão para fazer transacções não autorizadas, de modo a mascarar o perigo que enfrentou no mercado hipotecário americano.

Por seu lado, a acusação rejeitou os argumentos de Kerviel e pediu que a sentença aumentasse para cinco anos, contra os três a que foi condenado em 2010.