FMI adverte para eventuais choques económicos com foco na Europa e nos EUA

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FMI alerta para os riscos que se perspectivam para a economia europeia Foto: Tony Gentile/Reuters

Nos capítulos analíticos do World Economic Outlook, divulgado esta quinta-feira pelo FMI, os técnicos afirmam que estas economias se devam já prevenir contra eventuais choques derivados das crises na Europa e Estados Unidos, apesar de uma análise histórica demonstrar que estas têm resistido melhor a crises, sobretudo devido a melhores políticas.

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Nos capítulos analíticos do World Economic Outlook, divulgado esta quinta-feira pelo FMI, os técnicos afirmam que estas economias se devam já prevenir contra eventuais choques derivados das crises na Europa e Estados Unidos, apesar de uma análise histórica demonstrar que estas têm resistido melhor a crises, sobretudo devido a melhores políticas.

“Muitas economias emergentes ou em vias de desenvolvimento tornaram-se melhores a legislar”, afirmou Abadul Abiad, que liderou o estudo incluído no capítulo 4 da actualização do World Economic Outlook – com as perspectivas mundiais do fundo –, lembrando ainda que “muitas delas adoptaram objectivos para a inflação e metas taxas de câmbio flexíveis, por exemplo, e as suas políticas orçamentais e monetárias são agora mais contra cíclicas que no passado, ou seja, estimulam a economia quando está fraca e refreiam-na quando está em crescimento desenfreado”.

A análise dos técnicos do FMI concluiu que os choques económicos são menos frequentes nas últimas décadas, passando pela primeira vez mais tempo a ver o seu Produto Interno Bruto (PIB) crescer que no caso das economias avançadas, e que mesmo as quebras são menos pronunciadas.

Os técnicos alertam para o risco de se subvalorizar a actual situação mesmo nestas economias, alertando para os significativos riscos que se perspectivam para a economia europeia e dos Estados Unidos.

“Se esses riscos se materializarem, as económicas emergentes e em vias de desenvolvimento irão acabar por se reagrupar às economias avançadas, muito como fizeram durante a recente crise mundial”, dizem os técnicos, afirmando que, mesmo na ausência de choques externos, problemas domésticos podem provocar choques que constranjam o crescimento em algumas economias emergentes-chave no panorama económico mundial.

Para se resguardarem destes riscos, os técnicos defendem que estas economias têm de reconstruir as suas folgas orçamentais, para garantir que em caso de crise exista margem de manobra na política orçamental para responder a esta queda.