Reformados entregam petição na AR e “não querem ser o bombo da festa”

O aumento de 25€ nas pensões mínimas, a abolição das taxas moderadoras, o transporte gratuito para doentes e a reposição dos 50% de desconto nos passes sociais são algumas das medidas inseridas na petição assinada por cinco mil pessoas. O documento foi entregue por Arménio Carlos, líder da CGTP, a um representante da Assembleia da República.

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O aumento de 25€ nas pensões mínimas, a abolição das taxas moderadoras, o transporte gratuito para doentes e a reposição dos 50% de desconto nos passes sociais são algumas das medidas inseridas na petição assinada por cinco mil pessoas. O documento foi entregue por Arménio Carlos, líder da CGTP, a um representante da Assembleia da República.

É na saúde que se centram as queixas dos reformados, devido ao aumento das taxas moderadoras e do corte nos apoios a doentes. “Esta política está a negar-lhes o direito à vida e a encaminhá-los para uma morte acelerada”, sublinha Arménio Carlos, acrescentando que “é preciso romper com o memorando da Troika”. “É mais do que evidente que este governo não tem saída, perdeu as condições para continuar a governar”.

Ao som de assobios e com o lema “Os reformados não querem ser o bombo da festa”, a Inter-reformados – a estrutura de reformados, aposentados e pensionistas da CGTP - juntou cerca de cinquenta reformados em frente à Assembleia da República. Muitos empunhavam cartazes com frases como: “Envelhecer com dignidade, não queremos caridade”, “Queremos lugar em vez de chorar” ou “Tirem-me deste filme”.

Júlio Viegas, de 79 anos, confessa ter que pedir dinheiro às filhas para poder pagar os medicamentos. “Antes tinha um presente, que era almoçar fora, mas agora ponho o almoço na mala e vou comer para o jardim”, revela. Fernanda Simões e Josélia Xavier, de 63 e 69 anos, respectivamente, andam sempre “com a corda na garganta”, pois com pensões tão baixas “nem podemos ir ao médico, assim é impossível viver”.

Higino Santos, de 73 anos, sustenta a esposa, que tem uma doença degenerativa grave e que perdeu todos os apoios do Estado. Admite estar muito revoltado e assume não querer remendos, mas “o governo na rua”. Amável Cardoso, de 71 anos, compara Cavaco Silva a um “Drácula, que chupa o sangue sem morder” e admite nunca ter visto uma época tão complicada. Da mesma opinião, Maria Gonçalves, de 64 anos, confessa que “dói muito” perceber que agora vive “bem pior do que antes do 25 de Abril”.A CGTP marcou uma manifestação nacional para dia 29 de Setembro.

Notícia substituída às 19h00