Selvagens

Era difícil imaginar que se ia sentir saudades do Oliver Stone “sério” e “ponderado” da última década, o que se pôs a biografar Bush W. (ainda assim, possivelmente o seu melhor filme desde JFK) ou a dar a deixa a Fidel Castro, com a atitude solene de quem está a discutir “grandes temas americanos”. Mas basta um bocadinho de Selvagens para as saudades virem logo. O Stone chato é preferível ao Stone histérico. Natural Born Killers não ficou melhor com o tempo (continua horrível) mas ganhou um bocadinho de sentido, havia ali um sentido crítico premonitório, espécie de projecção de uma “selvajaria” por vir: como se dissesse “vejam, meus amigos, o mau gosto do futuro”. O futuro já veio, e com Selvagens Stone quer estar bem instalado nele. Aleatório, auto-complacente, com uma relação com a violência que é puramente gráfica (muito tipo Rodriguez, nada tipo Tarantino), Selvagens cansa e aborrece como poucos dos inúmeros maus filmes com que 2012 já nos obsequiou.

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Era difícil imaginar que se ia sentir saudades do Oliver Stone “sério” e “ponderado” da última década, o que se pôs a biografar Bush W. (ainda assim, possivelmente o seu melhor filme desde JFK) ou a dar a deixa a Fidel Castro, com a atitude solene de quem está a discutir “grandes temas americanos”. Mas basta um bocadinho de Selvagens para as saudades virem logo. O Stone chato é preferível ao Stone histérico. Natural Born Killers não ficou melhor com o tempo (continua horrível) mas ganhou um bocadinho de sentido, havia ali um sentido crítico premonitório, espécie de projecção de uma “selvajaria” por vir: como se dissesse “vejam, meus amigos, o mau gosto do futuro”. O futuro já veio, e com Selvagens Stone quer estar bem instalado nele. Aleatório, auto-complacente, com uma relação com a violência que é puramente gráfica (muito tipo Rodriguez, nada tipo Tarantino), Selvagens cansa e aborrece como poucos dos inúmeros maus filmes com que 2012 já nos obsequiou.