Jardim: “Não abro as pernas para o CDS entrar no governo” da Madeira

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Jardim não teve banho de multidão, mas de espuma com muitos seguranças Foto: DR

“Não posso transigir com uma oposição que ataca a região em alturas difíceis”, nem “com gente do PSD que querem uma aproximação à oposição”. ”Beijem-se, mas não chateiem”, advertiu Jardim na festa anual do PSD, realizada este domingo na herdade do Chão da Lagoa, com muito menos participantes e reforçada segurança.

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“Não posso transigir com uma oposição que ataca a região em alturas difíceis”, nem “com gente do PSD que querem uma aproximação à oposição”. ”Beijem-se, mas não chateiem”, advertiu Jardim na festa anual do PSD, realizada este domingo na herdade do Chão da Lagoa, com muito menos participantes e reforçada segurança.

Traçando como objectivo das próximas batalhas eleitorais “travar a oposição” e “manter a bipolarização” na região, Jardim implorou que “Deus nos livre que alguma autarquia caia nas mãos de um desses partidos loucos e incompetentes que existem na madeira”. E, numa referência implícita aos apoiantes do seu adversário nas eleições internas para a liderança do PSD, Miguel Albuquerque, pediu também um 2013 “calmo e sossegado, sem uns indivíduos a criar problemas e a tentar rebentar o partido por dentro para fazer o jogo da oposição”.

Albuquerque, um dos oradores por ser o presidente do município onde se realiza a festa, apelou a que o partido valorize as suas bases e a sua matriz. “Somos um partido social-democrata, não somos um partido liberal”. Fazendo votos para que “o PSD continue a governar a Madeira”, aconselhou a que, face às actuais dificuldades e “para continuar a ser grande, o partido tem de ouvir as pessoas e a sociedade”. "O PSD não é um aparelho do governo, é um partido ao serviço do povo", frisou o dirigente social-democrata presentemente crítico de Jardim.

Antes do autarca funchalense usou da palavra Jaime Ramos, líder parlamentar e secretário-geral do PSD madeirense para frisar que “a Madeira não tem buraco”. Na região “há divida, mas há obra”, ao contrário do país onde “só há submarinos e Pandur onde gastaram o dinheiro”, disse numa clara indirecta ao ministro Paulo Portas, líder do CDS. Acusou este partido da coligação de “boicotar a Zona Franca” madeirense, concluindo que “tem dias faces, uma na Madeira a favor da autonomia e outra em Lisboa contra”. “São como Judas” e “o PS como Pilatos” que “lava as mãos do tempo em que roubou a Madeira”

Antes, no périplo pelas barracas de comes-e-bebes, Jardim também tinha criticado a coligação governamental PSD/CDS-PP, em que “há qualquer coisa que não bate certo”. Condenou a “hipocrisia” do partido de Paulo Portas e defendeu a necessidade de intervenção do Presidente da República, caso a situação se agrave.

“A coligação é muito engraçada. Até agora, têm sido as personalidades do PSD a dar as notícias mais desagradáveis, enquanto os ministros do CDS apresentam sempre umas ideias fantásticas que depois vê-se que não têm qualquer desenvolvimento”, disse. “Enquanto o primeiro-ministro tinha que anunciar coisas mais desagradáveis, nós tínhamos o ministro Portas no Brasil a anunciar vantagens que o Brasil dava aos produtos portugueses, só que se esqueceu de dizer é quais eram as contrapartidas portuguesas que foram dadas ao Brasil”, exemplificou, concluindo: “Eu não votei em coligação com ninguém, o problema não é meu”.