África do Sul levanta moratória à exploração polémica de gás de xisto

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Exploração com a técnica de "fracking" preocupa ecologistas Miladen Antonov

A moratória tinha sido imposta em 2011, na expectativa dos resultados de um estudo sobre os efeitos ambientais da técnica de extração do gás de xisto, designada de fraturação hidráulica (fracking, em inglês), acusada de poluir aquíferos.

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A moratória tinha sido imposta em 2011, na expectativa dos resultados de um estudo sobre os efeitos ambientais da técnica de extração do gás de xisto, designada de fraturação hidráulica (fracking, em inglês), acusada de poluir aquíferos.

A decisão do governo sul-africano – que também tem projectos para a construção de mais centrais nucleares, para se livrar da dependência do carvão – torna a dar às empresas a possibilidade de apresentarem pedidos de exploração.

A Shell, uma das empresas que tinha expressado o desejo de explorar a zona, saudou a decisão. “Se chegarmos a produzir em quantidade comercial e em respeito pelo ambiente, o gás de xisto pode mudar a situação e dar à África do Sul segurança no abastecimento energético”, afirmou o director--geral da Shell na África do Sul, Jan Willem Eggink, citado pela agência AFP:

O grupo anglo-holandês estima que esta exploração permitirá ao país responder a uma procura crescente de energia e criar entre 290.000 a 700.000 empregos.

A fracturação hidráulica consiste em injectar água e produtos químicos a grande profundidade, processo que é acusado de prejudicar o ambiente, em particular contaminando reservas subterrâneas de água, mais vulneráveis ainda numa região árida como a do Karoo.

É a esta técnica que se deve o actual crescimento súbito da produção de petróleo e gás nos EUA, ao permitir a exploração, em particular desde 2008, das imensas reservas de hidrocarbonetos nas grandes jazidas de xisto norte-americanas.