Alemanha terá este ano o maior excedente nas contas externas do mundo

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Angela Merkel, chanceler alemã Michael Gootschalk/AFP

A notícia foi hoje divulgada pela edição alemã do Financial Times, que cita cálculos do Ifo. Segundo as previsões do instituto, o saldo de conta corrente da Alemanha vai chegar aos 210 mil milhões de dólares (cerca de 170 mil milhões de euros) no final do ano. Este valor está ao nível do registado antes da crise financeira internacional e é inclusive superior ao excedente previsto para a China – cerca de 203 mil milhões de dólares. Ou seja, Berlim chegará ao final do ano com o maior excedente face ao exterior a nível mundial.

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A notícia foi hoje divulgada pela edição alemã do Financial Times, que cita cálculos do Ifo. Segundo as previsões do instituto, o saldo de conta corrente da Alemanha vai chegar aos 210 mil milhões de dólares (cerca de 170 mil milhões de euros) no final do ano. Este valor está ao nível do registado antes da crise financeira internacional e é inclusive superior ao excedente previsto para a China – cerca de 203 mil milhões de dólares. Ou seja, Berlim chegará ao final do ano com o maior excedente face ao exterior a nível mundial.

“O problema de fundo não mudou: a procura interna na Alemanha é demasiado fraca”, disse ao Financial Times o economista Peter Bofinger, membro do German Council of Economic Exports, o chamado conselho dos “Cinco Sábios”.

Os desequilíbrios nas balanças comerciais são vistos por vários economistas como a causa central por detrás da crise financeira e da dívida. A Alemanha, com o seu excedente gigante, tem sido alvo de um forte criticismo, inclusive por parte de algumas instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que defendem que a maior economia europeia deveria aumentar mais os seus salários e a sua procura interna, de modo a estimular a economia dos países periféricos, como Portugal.

No entanto, Berlim tem insistido que essa não é a solução para a crise, defendendo que os países endividados têm de consolidar as finanças públicas e implementar reformas estruturais para corrigir os desequilíbrios das suas economias e retomar uma trajectória de crescimento.