Nos últimos 10 anos as ilhas Salomão tornaram-se um centro de tráfico de aves exóticas

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Cerca de 54 000 aves foram exportadas das ilhas Salomão, no período 2000-2010 Adek Berry /AFP

As Ilhas Salomão, que recentemente se juntaram à convenção do comércio mundial dos animais selvagens (CITES), foram usadas nos últimos anos, segundo a descrição da Traffic, para um esquema de “lavagem” de aves exóticas.

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As Ilhas Salomão, que recentemente se juntaram à convenção do comércio mundial dos animais selvagens (CITES), foram usadas nos últimos anos, segundo a descrição da Traffic, para um esquema de “lavagem” de aves exóticas.

"Exportar pássaros, declarando-os como criados em cativeiro preenche todas as características de um esquema fraudulento para contornar os regulamentos internacionais de comércio", disse Chris Shepherd, vice-director da Traffic para o Sudeste Asiático, na apresentação do relatório.

Segundo o último relatório da Traffic, que avaliou o estado do comércio de aves exóticas nas ilhas Salomão, foram encontradas 35 espécies de aves exóticas diferentes a ser a exportadas das Ilhas Salomão. Algumas destas aves pertencem à lista vermelha das espécies ameaçadas.

Por exemplo, a Catatua de Crista Amarela (catatua sulphurea), classificada como criticamente em perigo, está presente. No entanto, de acordo com a regulamentação da CITES o comércio de Cacatuas de Crista Amarela é proibido.

Cerca de 54.000 aves foram exportadas das ilhas Salomão, no período 2000-2010, 13.000 das quais, eram originárias de outros locais, como a Indonésia e a Papua Nova-Guiné. Contudo, não foram encontrados registos das espécies importadas independentemente do fim: reexportação ou iniciar um programa de reprodução em cativeiro.

A Traffic, surgiu de uma parceria entre a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e a Fundação Mundial para Vida Selvagem (WWF), e trabalha com a CITES sobre várias questões.