Spirito: primeiro uma academia de formação, depois o Porto

Boas notícias: vai abrir uma academia de formação para todos aprenderem a fazer em casa os gelados que esgotam na Spirito. Depois de Braga, segue-se o Porto

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É uma gelataria, "coffee shop" e uma espécie de pastelaria de "cupcakes", mas a Spirito não pretende ficar só por Braga.

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É uma gelataria, "coffee shop" e uma espécie de pastelaria de "cupcakes", mas a Spirito não pretende ficar só por Braga.

"O próximo passo é o "franchising", revela Nuno Freitas, um dos proprietários. Têm recebido inúmeros pedidos, "tanto em Portugal como no estrangeiro". A próxima loja, já se sabe, será no Porto, mas "ainda falta encontrar o local ideal".

  

Manter a qualidade da loja original poderia ser um problema, mas Nuno salienta que o risco já está a ser acautelado. "Estamos a desenvolver um conceito para que isso nunca aconteça." Também nunca iriam "sacrificar a qualidade de um produto ou o salário de um funcionário para terem preços mais baixos", diz. Afinal, o negócio tem de ser interessante para todos: clientes e trabalhadores. "Temos uma lógica em que o salário mínimo de um trabalhador da Spirito não é inferior a 700 euros."  

 

Apostar na formação é importante, não só dos funcionários, mas também dos clientes. Estão, por isso, a preparar a abertura da Spirito Academy: um lugar de formação, onde se pode aprender a fazer gelados, "cupcakes" ou bebidas quentes e frias.

 

A história da Spirito

Com 32 anos, Nuno, licenciado em Gestão, nunca tinha imaginado que viria a "fazer gelados artesanais". Mas aconteceu. Juntou-se a Nádia Freitas, Ricardo Pereira, Dário Pereira e Marco Gonçalves e juntos abriram em Braga, no Verão de 2011, a Spirito. Hoje concentram todas as suas forças na produção de gelados, bebidas e "cupcakes". Preocupam-se, em primeiro lugar, com a qualidade. É a palavra de ordem.

Antes de abrirem o espaço, andaram por Nova Iorque, Milão, Roma e Londres para saber o que se fazia nas "coffee shops", lojas de "cupcakes" e gelatarias mais conceituadas. Espreitaram mais de 40 gelatarias, desde as artesanais às industrializadas, e chegaram a algumas conclusões — apesar de bem posicionadas no mercado, nem sempre conseguem ter a mesma qualidade em todos os produtos. "As lojas da "Starbucks, por exemplo, são especializadas em bebidas e café, mas a pastelaria não tem a mesma qualidade", exemplifica Nuno. Também "a Magnolia, tem óptimos 'cupcakes', mas já não investe nos gelados".

O objectivo era inovar. E assim aconteceu. Criaram a Spirito que agrega três áreas relativamente distintas. Já produziram gelados de 138 sabores diferentes. Desde Cerelac a pão-de-ló ou pastel de nata. Todos os dias fazem os "cupcakes", bolos e gelados. Tudo "fresco", "não há nada do dia anterior". E se há sobras? Há "happy hour" do género "compre um, leve dois" ou então os clientes que se mantêm até à hora de fecho levam um bónus para casa. Em último caso, distribuem pela equipa. 

"Fazer as coisas com cuidado, com qualidade, como se fizéssemos para nós próprios, compensa bastante", conta Nuno, que já viu muitos gelados a esgotarem num só dia. Produzem tudo na Spirito. Fazem natas frescas, têm "o melhor chocolate, o melhor leite, o melhor pistáchio". Às vezes, até acabam por "perder dinheiro", mas a verdade, diz Nuno, é que "um cliente apreciador de pistáchio, por exemplo, reconhece a diferença entre este gelado e um vendido noutro local".