“Vieram para salvar a vossa imagem ou nos salvar?”, pergunta estudante na Rio+20

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Brittany Trilford, no seu discurso na cerimónia de abertura da conferência Sergio Moraes/Reuters

“As palavras não conseguem descrever o meu dia hoje... Foi mais do que incrível”, escreveu Brittany Trilford, de 17 anos, há apenas algumas horas no Twitter. Pouco tempo antes esta estudante neozelandesa, da cidade de Wellington, esteve no palco da cerimónia de abertura da Rio+20 e falou aos 86 chefes de Estado e de Governo presentes.

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“As palavras não conseguem descrever o meu dia hoje... Foi mais do que incrível”, escreveu Brittany Trilford, de 17 anos, há apenas algumas horas no Twitter. Pouco tempo antes esta estudante neozelandesa, da cidade de Wellington, esteve no palco da cerimónia de abertura da Rio+20 e falou aos 86 chefes de Estado e de Governo presentes.

“O meu nome é Brittany Trilford, tenho 17 anos e sou uma criança. Hoje, neste momento, sou todas as crianças, uma das três mil milhões do planeta", disse esta estudante, convidada a falar na cerimónia, à semelhança do que aconteceu na Eco-92 com a canadiana Severn Suzuki, então com 12 anos.

“Vocês têm 72 horas para decidir o destino de nossas crianças, dos meus filhos, dos filhos dos meus filhos. O cronómetro está a contar, tic, tac, tic, tac”, enfatizou a jovem numa conferência que definirá o rumo do planeta no desenvolvimento sustentável e da qual se esperam medidas para preservar o Ambiente e lutar contra a pobreza.

Trilford foi convidada a participar na conferência como uma cidadã comum, seleccionada depois de vencer o concurso de discursos por vídeo “Date with History” organizado pela Campanha Global pela Acção Climática, que reúne mais de 300 organizações não governamentais (ONG).

“Estou confusa e zangada com o estado do planeta. Estamos aqui para resolver os problemas que causámos em conjunto, para garantir que temos um futuro”, disse Trilford.

A estudante pediu aos delegados presentes na sala que se recordassem das promessas feitas há 20 anos, na Eco-92. “Eles fizeram grandes promessas, promessas que, quando as leio, ainda me deixam com esperança. Mas estas promessas foram deixadas vazias. Como pode isso ser?”

Trilford disse estar na Rio+20 para lutar pelo seu futuro. “Esbanjámos os nossos recursos naturais, enfraquecendo a nossa biodiversidade, os nossos oceanos, as nossas florestas. E no fim ainda pedimos mais”.