Ban Ki-moon diz que Rio+20 é demasiado importante para falhar

Foto
Um homem mascarado pousa para a fotografia num evento paralelo à conferência Sergio Moraes/Reuters

“É demasiado importante para falhar, demasiado importante”, insistiu Ban Ki-moon numa entrevista ao jornal The Guardian, a partir da sede da ONU, em Nova Iorque. “Não devemos desperdiçar [esta oportunidade]. Temos de conseguir um resultado prático.”

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“É demasiado importante para falhar, demasiado importante”, insistiu Ban Ki-moon numa entrevista ao jornal The Guardian, a partir da sede da ONU, em Nova Iorque. “Não devemos desperdiçar [esta oportunidade]. Temos de conseguir um resultado prático.”

É claro que ninguém espera que saiam da conferência todas as respostas para os problemas do mundo, disse o responsável. Mas é crucial que os líderes, pelo menos, estejam de acordo quanto aos pilares de um plano. “Se não tomarmos acções firmes, podemos estar a caminhar para o fim, o fim do nosso futuro”, avisou.

Negociações deverão ser prolongadas

Esta tarde, Nikhil Seth, o porta-voz das Nações Unidas, disse que as negociações sobre o esboço do documento “O futuro que queremos” - que será assinado pelos líderes mundiais a 22 de Junho - vão, “muito provavelmente”, arrastar-se para lá da data prevista, ou seja, este noite.

Segundo Nikhil Seth, também o director do desenvolvimento sustentável na ONU, “não existem bloqueios” das negociações, que registam “progressos lentos mas sólidos. Ainda assim, continuam a existir importantes pontos de desacordo.

Ontem à noite havia acordo para “28% do texto” que será submetido às delegações. O chefe da delegação brasileira, Luiz Alberto Figueiredo, disse ontem que os maiores progressos até agora foram conseguidos quanto à definição de objectivos para o desenvolvimento sustentável, “a jóia da coroa do documento”.

“Assim que alguns dos problemas mais complicados estejam resolvidos, tenho confiança em como uma série de outros parágrafos serão clarificados”, salientou numa conferência de imprensa sobre o avanço das negociações.

ONU espera ter documento até 19 de Junho

Parece, no entanto, ser muito improvável que os negociadores consigam chegar a um acordo sobre o conjunto do texto antes do final do dia. “É altamente provável que as responsabilidades sejam transferidas para o Brasil” que assumirá a partir de sábado a direcção das negociações, disse Nikhil Seth.

Mas ainda falta a realização da última sessão sob a responsabilidade da ONU, prevista para esta noite até à 1h (de sábado). Durante este encontro será “formalmente decidido” transferir a responsabilidade para o país anfitrião, o Brasil.

“Temos um sentimento geral de optimismo” e “esperamos todos que, até 19 de Junho o mais tardar, tenhamos um texto”. A cimeira dos chefes de Estado e de Governo realizar-se-á de 20 a 22 de Junho. “Hoje, o inimigo é o tempo que voa”, salientou.