Juros espanhóis batem novo recorde após mais uma baixa de rating

Foto
Foto: Susana Vera/ Reuters

A taxa implícita às transacções de revenda de obrigações espanholas a dez anos nos mercados secundários estava em 6,950% perto das 9h45, depois de na quarta-feira ao fim do dia ter ficado em 6,736%, segundo dados da agência Reuters.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A taxa implícita às transacções de revenda de obrigações espanholas a dez anos nos mercados secundários estava em 6,950% perto das 9h45, depois de na quarta-feira ao fim do dia ter ficado em 6,736%, segundo dados da agência Reuters.

O valor desta quinta-feira não se registava desde 1997 e é um novo máximo desde que existe o euro, roçando o limite considerado pelos especialistas como insustentável a prazo para dívidas como a dos países do euro. Esta taxa chegou a ultrapassar pela primeira vez os 7% durante alguns minutos, tendo atingido 7,008% às 9h05, mas depois recuou ligeiramente.

Este novo agravamento da situação de Espanha nos mercados de dívida acontece depois de na quarta-feira à noite a agência Moody’s ter baixado a nota (rating) do país em três níveis de A3 para Baa3, com perspectiva negativa, o que significa que é possível uma nova baixa nas próximas semanas.

No caso da Itália, os juros implícitos a dez anos subiam para 6,293% à mesma hora, depois de ontem terem ficado em 6,215%, mas encontravam-se ainda distantes do recorde de quase 7,3% registado em Novembro, no pico da crise, antes de duas operações de cedência ilimitada de liquidez do BCE aos bancos da zona euro, justamente para fazer baixar os juros implícitos destes dois países nos mercados secundários.

A tendência de subida das taxas espanholas e italianas vem já de Março, quando se começou a dissipar o efeito daquelas operações, que cederam aos bancos um bilião (milhão de milhões) de euros a três anos e com custos muito baixos.

Hoje os juros implícitos dos títulos italianos, espanhóis, gregos e portugueses subiam em todos os principais prazos, com excepção das obrigações portuguesas a cinco anos.

Notícia actualizada às 10h40

. Acrescentada informação sobre ultrapassagem temporária do limair dos 7%.