Indignados e accionistas iniciam luta na justiça contra antiga administração do Bankia

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O Movimento 15-M deu uma conferência de imprensa ao ar livre no centro de Madrid Foto: Andrea Comas/ Reuters

A queixa foi apresentada em nome de 13 accionistas que se consideram enganados pela informação fornecida pela administração da empresa quando esta pôs acções do banco à venda.

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A queixa foi apresentada em nome de 13 accionistas que se consideram enganados pela informação fornecida pela administração da empresa quando esta pôs acções do banco à venda.

O processo começou a ser organizado a 23 de Maio através da Internet e redes sociais, conta o diário El País. Primeiro pediram-se testemunhos de trabalhadores do banco, bem como accionistas que se considerassem enganados. Depois os indignados fizeram um peditório para reunir dinheiro para poderem avançar com a acção. Reuniram quase 20 mil euros em menos de um dia, com contribuições de centenas de pessoas, superando os 15 mil euros necessários.

O banco lançou-se em bolsa em Julho do ano passado e no final de 2011 reportou um lucro de 309 milhões de euros. Mas entretanto os resultados do ano passado foram revistos em baixa, para um prejuízo de quase três mil milhões de euros e soube-se que precisa de 23.500 milhões de euros do Estado – o que precipitou o resgate europeu à banca espanhola.

“Queremos mostrar que a impunidade acabou”, disse o porta-voz do movimento, numa conferência de imprensa ao ar livre no centro de Madrid. Os responsáveis “devem ir para a prisão", afirmou. Entre os acusados está Rodrigo Rato, do Partido Popular, que foi vice-presidente do Governo quando José Maria Aznar era primeiro-ministro e pertenceu à direcção do FMI.

O processo foi entregue por um grupo de 150 pessoas do movimento 15-M na Audiência Nacional em Madrid. Segundo Juan Moreno, o advogado contratado pelo movimento, os 13 accionistas queixosos sentem-se “completamente enganados” pelo Conselho de Administração em funções no Bankia em 2011.