Israel desmente qualquer ligação ao vírus Flame

As insinuações começaram após umas declarações da parte de Moshe Ya'alon, vice primeiro-ministro israelita, que levantaram algumas suspeitas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

As insinuações começaram após umas declarações da parte de Moshe Ya'alon, vice primeiro-ministro israelita, que levantaram algumas suspeitas.

“Imagino que toda a gente que encara a ameaça nuclear iraniana como uma verdadeira ameaça - e não é só Israel, mas antes todo o mundo ocidental, com os EUA à cabeça - tomariam provavelmente todas as medidas disponíveis, incluindo estas [de espionagem informática], para danificarem o projecto nuclear iraniano”, disse Ya'alon à rádio militar israelita após ter sido noticiada a detecção deste vírus.

Após estas declarações alguns media argumentaram que elas vinham provar o envolvimento de Israel neste assunto, mas um porta-voz do governo de Telavive veio hoje desmentir qualquer relação com o vírus Flame.

Quando instado pela BBC a explicar melhor as declarações do ministro Ya'alon, um porta-voz do seu gabinete disse: “Em nenhuma parte da entrevista disse o ministro alguma coisa que pudesse levar a concluir que Israel é responsável pelo vírus”.

Pensa-se que este vírus, que desencadeou um complexo ciberataque à escala mundial, tem recolhido dados privados de uma série de países, incluindo Irão, Sudão, Síria, Líbano, Arábia Saudita e Egipto.

A empresa de segurança informática russa Kaspersky Labs - das primeiras entidades a denunciar a existência do vírus - indicou à estação britânica que o malware é muito complexo - que poderá demorar anos a analisar - e que actua como uma espécie de “aspirador” de dados estatais sensíveis. A mesma empresa indicou igualmente que os ataques terão origem num programa governamental, mas não quiseram indicar qual a eventual origem geográfica da ameaça.

Paralelamente também os EUA já negaram ter qualquer envolvimento na criação desta ameaça depois de um funcionário da Administração norte-americana - que permanece no anonimato - ter dito à NBC que o país estaria por detrás do ataque.

Os EUA descreveram, aliás, o vírus Flame como um instrumento de espionagem que poderia danificar infra-estruturas críticas e emitiu o mais grave alerta de ciber-segurança alguma vez emitido.