Zuckerberg, Morgan Stanley e outros bancos processados por causa da entrada em bolsa

Foto
Pela primeira vez, a cotação do Facebook tem estado no verde Shannon Stapleton/Reuters

Os queixosos alegam que a empresa e os bancos esconderam da maioria dos potenciais investidores informação sobre um corte nas previsões dos lucros do Facebook.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os queixosos alegam que a empresa e os bancos esconderam da maioria dos potenciais investidores informação sobre um corte nas previsões dos lucros do Facebook.

Uma queixa foi nesta quarta-feira entregue em Manhattan e uma outra, semelhante, tinha sido entregue na terça-feira na Califórnia, avança a agência Reuters.

O processo de Nova Iorque, citado pela Reuters, alega que a informação sobre a revisão em baixa dos ganhos foi “comunicada selectivamente a alguns investidores preferidos”. Segundo a queixa, o valor das acções do Facebook “diminuiu substancialmente” e os queixosos tiveram “prejuízos em resultado” da queda.

A revisão em baixa das estimativas de lucros deu-se após o Facebook ter entregue aos reguladores uma adenda em que indicava que os acessos à rede social a partir de dispositivos móveis poderia criar problemas de rentabilização. Há suspeitas de que, para além desse documento, executivos do Facebook tenham falado directamente com os bancos, aconselhando-os a reduzir as expectativas.

Também o Nasdaq, que teve problemas técnicos ao lidar com a entrada em bolsa, na sexta-feira, está a ser alvo de processos judiciais, bem como da investigação dos reguladores americanos – a SEC (Securities and Exchange Commission) e FINRA (Financial Industry Regulatory Authority) –, que já disseram ter intenções de analisar toda a operação, o que inclui a actuação dos bancos e do Facebook.

O director-executivo do Nasdaq, Robert Greifeld, reconheceu nesta terça-feira que “houve claramente erros na entrada em bolsa do Facebook”, mas insistiu que mais de 570 milhões de acções foram processadas no primeiro dia de negociações.

As acções do Facebook estão hoje pela primeira vez no verde, oscilando entre os 31 e os 32 dólares, significativamente abaixo dos 38 em que se estrearam na sexta-feira.