Xanana Gusmão diz que o povo está satisfeito e não podia exigir mais

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No dia em que se celebram os dez anos da restauração da independência, Xanana Gusmão afirmou que o país atravessou “dez anos difíceis de construção democrática”, manifestando-se satisfeito por o país ter sabido “corrigir os erros” e “consolidar as instituições e o desenvolvimento democrático”.

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No dia em que se celebram os dez anos da restauração da independência, Xanana Gusmão afirmou que o país atravessou “dez anos difíceis de construção democrática”, manifestando-se satisfeito por o país ter sabido “corrigir os erros” e “consolidar as instituições e o desenvolvimento democrático”.

“Viram a calma e sossego na festa de ontem? Foi uma festa lindíssima com toda a comunidade, a juventude, a festejar com grande alegria”, afirmou aos jornalistas o primeiro-ministro timorense à margem da inauguração do edifício sede do Arquivo & Museu da Resistência Timorense.

Para os próximos dez anos, Xanana Gusmão diz que as prioridades do país vão para o “reforço das instituições do Estado, criação de emprego, desenvolvimento da agricultura, saúde e educação”.

Visão muito diferente tem Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin e antigo primeiro-ministro. “O povo não está satisfeito, continua marginalizado e a pobreza cresce”, afirmou.

Alkatiri afirma mesmo que a pobreza tem crescido: “No passado dizia-se que 80 cêntimos [de dólar] por dia chegavam para tirar as pessoas da pobreza extrema. Hoje não chegam dois dólares”.

A corrupção é apontada pelo líder da Fretilin como um dos problemas mais graves. “A corrupção grassa pelo país. Todos os dias se vê pessoas que tinham pouco e agora têm carros e casas de luxo. A corrupção em Timor tem uma característica especial: é feita às claras, toda a gente sabe, é feita às claras é transparente”.

Um museu para a memória de um povo

Xanana e Alkatiri participaram na inauguração do edifício sede do Arquivo & Museu da Resistência Timorense, um dos primeiros actos público do novo Presidente Taur Matan Ruak e que contou ainda com a presença de Cavaco Silva.

O Arquivo & Museu da Resistência Timorense foi inaugurado em 2005 com a missão de preservar, dignificar e divulgar a memória da luta do povo de Timor-Leste pela sua independência. Actualmente possui um espólio de cerca de 100 mil documentos traçando o percurso cronológico da história da luta pela independência, desde o 25 de Abril de 1974 até 20 de Maio de 2002.

“Este é um depósito seguro para preservar a nossa memória. Um espaço para as crianças aprenderam melhor o legado das nossas gerações”, afirmou o Presidente timorense.

Antes, Taur Matan Ruak e a Cavaco Silva já tinham estado juntos durante a cerimónia de içar da bandeira que decorreu no Palácio da Presidência. Uma cerimónia em que o Chefe de Estado timorense revelou que não fará nenhuma visita de estado ao estrangeiro até Maio do próximo ano, salientando que os desafios que o país enfrenta exigem o “acompanhamento e dedicação exclusiva” no primeiro ano de mandato.

Taur Matan Ruak lembrou ainda a retirada das forças internacionais no final deste ano, afirmando estar convicto que a comunidade internacional manterá em Timor uma pequena missão da ONU.

As reportagens em Timor-Leste são financiadas no âmbito do projecto Público Mais.