Propinas em atraso cortam salários dos professores das universidades privadas

Lusófona e a Lusíada decidiram baixar os salários dos seus professores

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A Universidade Lusófona é uma das que está a sentir a crise Sérgio Azenha

As duas maiores universidades privadas do país, a Lusófona e a Lusíada, decidiram baixar os salários dos seus professores. A crise económica e os atrasos nos pagamentos das propinas por parte dos alunos são as razões avançadas pelos responsáveis destas duas instituições, segundo a edição desta quarta-feira do Diário Económico (DE). 

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As duas maiores universidades privadas do país, a Lusófona e a Lusíada, decidiram baixar os salários dos seus professores. A crise económica e os atrasos nos pagamentos das propinas por parte dos alunos são as razões avançadas pelos responsáveis destas duas instituições, segundo a edição desta quarta-feira do Diário Económico (DE). 

A Lusófona avançou com uma redução de 10% nas remunerações dos docentes este mês, uma medida que, segundo Manuel Damásio, presidente do conselho de administração desta instituição, se deve aos “ajustamentos nos custos” devido à situação económica. 

João Redondo, vice-presidente da Fundação Minerva, entidade que detém a Universidade Lusíada, admitiu também estar a proceder a “ajustamentos” para “manter a instituição estável e equilibrada, eficaz e eficiente no seu funcionamento”. 

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Hugo Delgado

Em declarações ao DE, o director da administração escolar da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), Reginaldo Almeida, admitiu também essa possibilidade. 

Miguel Copetto, director-executivo da Associação Portuguesa do Ensino Privado, confirma que os atrasos nos pagamentos das propinas estão a criar dificuldades de liquidez nas instituições. “Existem centenas de alunos que não estão a pagar propinas porque não têm dinheiro para o fazer”, afirmou. 

No caso da Lusíada, há “um aumento significativo de estudantes com dificuldades em pagar propinas, que em alguns casos acaba por conduzir ao abandono”, revela João Redondo. 

No caso da Lusófona, “não se regista um aumento do abandono, mas os alunos têm reduzido os créditos em que se inscrevem”, afirma Manuel Damásio. 

Já na UAL, Reginaldo Almeida adianta que há um acréscimo de 10% das “mensalidades em atraso” e um “aumento dos pedidos de redução e isenção de propinas apresentados no gabinete de acção social, embora não se registe para já um aumento das desistências”.