Centro na Andaluzia salva lince-ibérico com pata parcialmente amputada

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O último censo na Andaluzia, de 2011, estima que vivem em liberdade 312 linces-ibéricos Cristina Quicler/AFP

Este macho adulto foi encontrado em Março no Espaço Natural de Doñana com uma amputação parcial da pata direita da frente. Durillo foi capturado com êxito pelos técnicos do programa Life-Lince e, a 30 de Março, deu entrada no Centro del Odiel, de Recuperação de Espécies Ameaçadas e de Gestão do Meio Marinho Andaluz, em Huelva, segundo a Junta da Andaluzia.

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Este macho adulto foi encontrado em Março no Espaço Natural de Doñana com uma amputação parcial da pata direita da frente. Durillo foi capturado com êxito pelos técnicos do programa Life-Lince e, a 30 de Março, deu entrada no Centro del Odiel, de Recuperação de Espécies Ameaçadas e de Gestão do Meio Marinho Andaluz, em Huelva, segundo a Junta da Andaluzia.

Desde o início, o lince mostrou uma “atitude positiva”, ou seja, estava alerta e com apetite, acrescenta a Junta, em comunicado. Quatro dias depois de estar no centro, os veterinários procederam a uma cirurgia reconstrutiva e ao tratamento especial da zona da pata para evitar possíveis infecções.

A equipa veterinária estima que Durillo tenha alta em breve, dada a sua “evolução favorável, bom estado de saúde e o controlo de possíveis complicações”.

Este lince-ibérico não deverá ser libertado na natureza. “A perda de um membro incapacita o animal para uma vida selvagem. Mas a sua recuperação, que está a ter êxito, poderá ser muito útil para o trabalho da Junta pela sobrevivência da espécie”, acrescenta.

Desde 2002, o lince-ibérico (Lynx pardinus) está classificado como criticamente em perigo de extinção na Lista Vermelha da UICN. A redução drástica das populações de coelho-bravo, a sua principal presa, por causa de duas doenças, a mixomatose (surgida na década de 1950) e a febre hemorrágica viral (década 1980), é apontada como a maior ameaça ao lince. Mas não a única. A sua situação é explicada ainda pela destruição do seu habitat - o matagal mediterrânico -, pela perseguição directa e por atropelamentos.

O último censo na Andaluzia, de 2011, estima que vivem em liberdade 312 linces-ibéricos, mais 37 animais do que no ano anterior e mais 218 do que em 2002, ano em que apenas restavam 94 linces. Neste momento, a saída do lince-ibérico da lista das espécies criticamente em perigo de extinção está a ser ponderada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido aos esforços de conservação na Andaluzia. Se o estatuto mudar, o lince-ibérico passará para espécie em perigo de extinção.