BP vende negócio de GPL em Portugal até ao final do ano

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A alienação integra os activos ao nível da logística Foto: Molly Riley/AFP

A presença da BP em Portugal é “considerada estratégica”, garantiu o gestor, que falava à imprensa no final de uma conferência da BP no ISCTE, em Lisboa, tendo afastado a hipótese de haver “encerramentos em larga escala [em postos de combustível]”.

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A presença da BP em Portugal é “considerada estratégica”, garantiu o gestor, que falava à imprensa no final de uma conferência da BP no ISCTE, em Lisboa, tendo afastado a hipótese de haver “encerramentos em larga escala [em postos de combustível]”.

“A gestão de uma rede de postos de combustível é dinâmica e passa sempre pela abertura de novas posições e pelo encerramento de outras que, no caso conhecido das zonas fronteiriças, deixaram de ser economicamente viáveis. Obviamente, encerramentos em larga escala, isso não”, esclareceu.

No início de Janeiro, a BP anunciou a venda das suas operações de GPL em Portugal, Reino Unido, Áustria, Polónia, Holanda, Bélgica, Turquia, China e África do Sul, uma transacção que Francisco Vieira garantiu estar concluída no final do ano.

No entanto, o gestor não quis referir o valor da alienação, por considerar tratar-se de matéria que não é passível de ser divulgada.

Em Janeiro, a empresa petrolífera informou que o negócio a ser alienado envolveria as garrafas de gás e enchimento de reservatórios em Portugal, Reino Unido, Áustria, Polónia, Holanda, Bélgica, Turquia, China e na África do Sul, tendo dito que se tratava da actividade de venda grossista não integrada na área de refinação da empresa e os terminais de armazenamento, bem como as instalações de enchimento de garrafas ou de gás embalado.

Esta alienação, decisão antecedida por uma revisão do portefólio da BP relativo ao GPL, integra ainda os activos ao nível da logística bem como as bases de dados de clientes e as respectivas licenças.

“A BP considerou que o negócio em questão poderá oferecer oportunidades de crescimento a outras empresas que nele queiram investir e permitir à BP manter o foco nas suas actividades de refinação e marketing em áreas em que assume a liderança dos respectivos mercados ou que, no longo prazo, terá a capacidade de crescer e manter a sua posição em mercados competitivos”, explicou num comunicado enviado então à agência Lusa.

A nota referia ainda que a BP tencionava manter o negócio de Autogas na Europa e os outlets de venda grossista de GPL de forma a assegurar o apoio às respectivas refinarias.

“A BP quer continuar a ser um player relevante no mercado europeu de Autogas e reforçar a oferta na área dos combustíveis”, disse Tufan Erginbilgic, responsável da empresa para as áreas de refinação e marketing.

“Os futuros compradores terão a capacidade de capitalizar os activos em questão e reforçar o seu posicionamento de mercado, salvaguardando os interesses dos seus clientes, parceiros e outras entidades”, esclarece.