Austrália prepara-se para classificar coalas como espécie em perigo

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Estima-se que existam menos de 80.000 koalas em estado selvagem Tim Wimborne/Reuters

O ministro do Ambiente australiano, Tony Burke, disse que as suas decisões sobre o estatuto do coala se basearam no Comité científico nacional de espécies ameaçadas, noticia hoje o jornal Sydney Morning Herald.

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O ministro do Ambiente australiano, Tony Burke, disse que as suas decisões sobre o estatuto do coala se basearam no Comité científico nacional de espécies ameaçadas, noticia hoje o jornal Sydney Morning Herald.

Segundo a Reuters, na segunda-feira, Burke deverá listar os coalas na região de Queensland como “em perigo” e aqueles em Nova Gales do Sul como “vulneráveis”. Isto quer dizer que estes animais terão protecção do Governo federal para os seus habitats naquelas regiões, com a imposição de condicionalismos a projectos para minas ou que impliquem a desflorestação ou urbanização.

Mas os conservacionistas têm críticas a fazer. “O ministro Burke já previu que não vai proteger os coalas em toda a paisagem”, comentou a directora-executiva da Fundação australiana para os Coalas, Deborah Tabart, à Australia Broadcasting Corporation. “Sei que a indústria está com medo de uma classificação [dos coalas como espécie em perigo] contra a qual muito lutou”, acrescentou.

As estimativas sobre o número de coalas variam mas alguns estudos mostram que existem menos de 80.000 coalas em estado selvagem e que estes estão a sofrer com a destruição do habitat e com as alterações climáticas.

Uma investigação em Gunnedah, habitat para os coalas localizado 400 quilómetros a Norte de Sidney, concluiu que a população desta espécie diminuiu 75% desde 1993. O especialista responsável pelo estudo, David Paull, atribuiu o declínio naquela região à seca e ao tempo mais quente registado na última década. “Muitos coalas estavam desidratados e penso que isso pode ser um sinal dos efeitos das alterações climáticas”, disse à Reuters.

Em outras zonas da Austrália, os coalas também estão a sofrer com a perda de habitat, causado especialmente pela urbanização, atropelamentos ou ataques de cães, acrescentou Paull.

No ano passado, um inquérito no Senado, por iniciativa do partido Os Verdes, recomendou que o coala deveria ser considerado uma espécie “vulnerável” em áreas onde o declínio fosse significativo. “Tony Burke não pode adiar mais a sua decisão. Ele deveria listar o coala como vulnerável e agir agora para reforçar a legislação ambiental nacional”, comentou ontem Larissa Waters, do partido Os Verdes.