Colectivo Es.Col.A deixou Fontinha durante a noite mas regressa hoje para assembleia-geral

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A escola da Fontinha foi reocupada a meio da tarde desta quarta-feira, 25 de Abril Paulo Pimenta

Milhares de pessoas – activistas do colectivo Es.Col.A, populares e participantes das comemorações do 25 de Abril no Porto – ocuparam nesta quarta-feira, cerca das 17h45, a antiga escola primária da Fontinha, quebrando o cadeado de protecção do portão e entrando no espaço de onde tinham sido expulsos pelas autoridades na quinta-feira.

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Milhares de pessoas – activistas do colectivo Es.Col.A, populares e participantes das comemorações do 25 de Abril no Porto – ocuparam nesta quarta-feira, cerca das 17h45, a antiga escola primária da Fontinha, quebrando o cadeado de protecção do portão e entrando no espaço de onde tinham sido expulsos pelas autoridades na quinta-feira.

Durante toda a tarde, os activistas retiraram as várias chapas de metal pregadas nas portas e janelas da escola que tinham sido colocadas, na quinta-feira da semana passada, por trabalhadores da Câmara do Porto.

Eram 22h00 em ponto quando a música foi desligada e as luzes começaram a ser apagadas, tendo as pessoas arrumado as coisas e começado a abandonar a antiga escola primária da Fontinha para “não incomodar o bairro”. Às 22h30, depois da saída dos últimos activistas, o portão que foi reaberto voltou a ser fechado, mas só até hoje, quinta-feira, já que o colectivo vai voltar, tendo agendada uma assembleia-geral para as 18h30.

Em declarações aos jornalistas, Ana Afonso, elemento do movimento, explicou que a escola “nunca foi um espaço onde as pessoas ficassem a morar ou a dormir”, com a excepção de alguns dias no pré-desalojo devido à “tensão”. Esta foi, no entanto, uma situação “pontual”.

“Eu creio que o que estará em discussão na assembleia-geral é como vamos limpar, reorganizar, recuperar as nossas coisas e voltar às actividades”, disse, acrescentando que isto será feito “independentemente do que decidir a Câmara do Porto”.

Segundo Ana Afonso, o colectivo continua “a não ter contactos da autarquia”. Questionada sobre se a polícia tinha estado na Fontinha, a resposta foi peremptória: “oficialmente não”. “Hoje [ontem] tivemos um bocadinho de Abril na Fontinha e o que nós hoje sentimos mais e queremos dizer a toda a gente é: esperemos que a moda pegue.” Remetendo para a assembleia-geral quaisquer decisões, Ana Afonso disse esperar, pelo seu lado, que o colectivo decida “retomar as actividades”.

A Agência Lusa contactou a Câmara do Porto durante a tarde, que disse não ter, naquele momento, qualquer comentário a fazer.

O movimento Es.Col.A ocupou a escola do Alto da Fontinha em Abril de 2011, para a dinamizar com diversas actividades, desde hortas a teatro, passando por ioga e cinema. Em Maio desse ano, foi despejado pela Câmara do Porto. A autarquia acabaria por ceder a escola ao movimento até Dezembro, com o argumento de que a autarquia teria “em fase de negociação” um projecto municipal para aquele edifício, abandonado há cerca de cinco anos.

O movimento revelou em Fevereiro ter recebido uma carta da Câmara do Porto “a comunicar o término da cedência” e fonte oficial da autarquia revelou na altura ter autorizado o movimento Es.Col.A a permanecer na escola até ao final de Março, enquanto decorriam negociações sobre a ocupação do espaço.