"Não é impossível, mas não é provável rali voltar ao Norte"

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Pedro Almeida é o director do Rali de Portugal Foto: Nuno Ferreira Santos
O que destaca nesta edição do Rali de Portugal?

Este ano temos um conjunto de novidades importante. Umas têm que ver com o próprio figurino do Mundial, como a substituição do tradicional shakedown por uma qualifying stage para os carros WRC, em que os resultados permitem aos pilotos escolherem as posições de largada para a primeira etapa. Outras são próprias do nosso rali: a fantástica demonstração realizada em Fafe; as classificativas nocturnas (pela primeira vez em mais de 12 anos); e o regresso ao percurso, cinco anos depois, do concelho de Tavira, com dois troços de 25 km.


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O que destaca nesta edição do Rali de Portugal?

Este ano temos um conjunto de novidades importante. Umas têm que ver com o próprio figurino do Mundial, como a substituição do tradicional shakedown por uma qualifying stage para os carros WRC, em que os resultados permitem aos pilotos escolherem as posições de largada para a primeira etapa. Outras são próprias do nosso rali: a fantástica demonstração realizada em Fafe; as classificativas nocturnas (pela primeira vez em mais de 12 anos); e o regresso ao percurso, cinco anos depois, do concelho de Tavira, com dois troços de 25 km.


Estas mudanças são fruto da constante vontade de melhorar ou são ditadas pelo puro instinto de sobrevivência? Há indicações para o futuro do rali no Mundial?

As mudanças são fruto de várias coisas. É preciso sempre evoluir para estar na crista da onda. A médio prazo é altamente previsível que se verifique uma redução do número de ralis do WRC na Europa - de 9/10 podem passar a apenas seis. Alguns vão inevitavelmente manter-se: Monte Carlo, Suécia (o único que se disputa na neve), Alemanha, França... Nós somos um país periférico, um mercado periférico. Não basta estarmos ao nosso melhor nível, tem de ser acima disso. Temos de ser melhores do que os melhores. Pela nossa parte, encaramos cada edição com o mesmo entusiasmo de 2005, ano em que regressámos ao Mundial.


A demonstração em Fafe é prenúncio de alguma coisa? O rali pode voltar ao Norte?

As primeiras condições para que isso acontecesse eram que existissem no Norte os apoios necessários, adesão e bom comportamento do público. Fafe mostrou que as duas coisas eram possíveis: a Câmara Municipal apoiou de forma incondicional e o comportamento dos espectadores esteve acima de qualquer crítica. Mas, em cima disto, há todo um conjunto de condições imposto pela FIA [a Federação Internacional do Automóvel]. E também questões técnicas relacionadas com o próprio campeonato. Se o rali pode voltar ao Norte? Direi que não é impossível, mas não é provável. Agora, foi uma festa enorme, toda a gente adorou. E tratou-se de uma iniciativa com características inéditas no Mundial.