Muitos tiros de pólvora seca não chegaram para assustar o City

Foto
Aguero precisou de 19 segundos para marcar a Hélton Foto: Paul Ellis/AFP

Muita posse de bola, (aparente) controlo do jogo durante 76 minutos, mais remates, mas total incapacidade para entrar na discussão da eliminatória frente ao Manchester City. O FC Porto começou o jogo a perder (golo de Agüero aos 19 segundos) e nunca encontrou antídoto para anular o cinismo da formação treinada por Roberto Mancini, que atacou menos, mas sempre com perigo. Os três golos dos ingleses nos últimos 15 minutos castigam a falta de ambição dos portistas que, 11 anos depois, voltam a ser eliminados da Liga Europa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Muita posse de bola, (aparente) controlo do jogo durante 76 minutos, mais remates, mas total incapacidade para entrar na discussão da eliminatória frente ao Manchester City. O FC Porto começou o jogo a perder (golo de Agüero aos 19 segundos) e nunca encontrou antídoto para anular o cinismo da formação treinada por Roberto Mancini, que atacou menos, mas sempre com perigo. Os três golos dos ingleses nos últimos 15 minutos castigam a falta de ambição dos portistas que, 11 anos depois, voltam a ser eliminados da Liga Europa.

Mancini, na antevisão do jogo, disse que a vantagem alcançada no Porto (2-1) era boa, mas salientou que preferia encarar a partida como se a eliminatória ainda estivesse 0-0. Mas o zero, em Manchester, durou apenas 19 segundos. O pontapé de saída até pertenceu ao FC Porto, mas a bola foi colocada para trás e depois de sair dos pés de Otamendi foi na direcção de Nigel de Jong. O holandês colocou rapidamente em Yaya Touré, que estendeu a passadeira a Kun Agüero e o argentino, com classe, rematou cruzado para o fundo da baliza de Helton: 1-0.

Teoricamente pouco mudava para os portistas: Hulk e companhia continuavam a necessitar de dois golos para entrar na discussão da eliminatória. No entanto, não foi preciso muito tempo para perceber que o FC Porto estava preso numa teia bem construída pelos ingleses. Com uma confortável vantagem, o City recuou, entregou a bola aos portistas e deixou Agüero na frente. Com Janko indisponível, Vítor Pereira colocou Hulk, Varela e James na frente e deu ao trio de ataque muita mobilidade, mas as trocas constantes de posição entre Hulk e Varela, principalmente na primeira parte, facilitaram a tarefa da defesa do City.

Com os ingleses a abdicarem da iniciativa, o meio-campo portista (Fernando-Moutinho-Lucho) ficou dono da bola, mas as investidas portistas acabavam sempre em tiros de pólvora seca (Joe Hart apenas fez uma defesa na primeira parte, a remate de Varela, aos 17’). Pelo contrário, o City aproveitava todas as oportunidades para lançar a velocidade de Agüero e, aos 29’, o argentino rematou à barra de Helton.

O segundo tempo foi mais do mesmo até ao minuto 76. Vítor Pereira não arriscava (aos 63’ trocou o lesionado Otamendi e Varela por Sapunaru e Cristián Rodríguez) e, na bancada, André Villas-Boas, ladeado por Pinto da Costa e Reinaldo Teles, assistia a muita quantidade e pouca qualidade nos ataques do FC Porto. Até que, aos 76’, os portistas renderam-se às evidências: o recém-entrado Dzeko fez o 2-0, Rolando protestou um inexistente fora-de-jogo e foi expulso. Era o game over para os actuais detentores da Liga Europa.

A necessitar de três golos e em inferioridade numérica, os “azuis e brancos” baixaram os braços e o City aproveitou a submissão dos portistas para construir, com toda a facilidade, a goleada: golos de David Silva (84’) e David Pizarro (86’).

Para o FC Porto a ambição de repetir o triunfo do ano passado na Liga Europa desvanecia-se sem glória e o City fica à espera de saber se nos “oitavos” regressa a Portugal (Sporting) ou viaja até Varsóvia (Legia).

Ficha do jogo

Manchester City, 4



FC Porto, 0


Jogo no Estádio Etihad, em Manchester. Assistência: Cerca de 40.000 espectadores.

Manchester City: Joe Hart, Micah Richards, Kompany, Lescott, Clichy, Barry (James Milner, 58’), De Jong, Touré, Nasry (Dzeko, 70’), David Silva e Kun Aguero (Pizarro, 80’). Treinador Roberto Mancini

FC Porto: Helton, Maicon, Rolando, Otamendi (Sapunaru, 63’), Alex Sandro, Fernando, João Moutinho, Lucho, Varela (Cristian Rodríguez, 63’), James Rodriguez (Defour, 80’) e Hulk. Treinador Vítor Pereira

Árbitro Wolfgang Stark, da Alemanha. Amarelos: Rolando (13’ e 76’), Hulk (14’), Otamendi (26’) e Touré (67’). Vermelho por acumulação: Rolando (76’).

Golos: 1-0, por Kun Aguero, aos 01’; 2-0, por Dzeko, aos 76’; 3-0, por David Silva, aos 84’ e 4-0, por Pizarro, aos 86’.

Notícia actualizada às 21h06