Quercus diz que Portugal deve apoiar limitação de uso de petróleo de areias betuminosas

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A Quercus lembra que está em causa o cumprimento da meta de redução de emissões de gases com efeito de estufa David Gray/Reuters

“A Quercus considera importante que Portugal tenha nesta matéria uma posição de claro apoio à proposta da Comissão Europeia, afastando-se de alguns países europeus que põem em causa os benefícios ambientais da Directiva e contrariam os dados científicos que demonstram a poluição gerada pela produção de combustíveis a partir de fontes não convencionais”, salienta a associação ambientalista, em comunicado.

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“A Quercus considera importante que Portugal tenha nesta matéria uma posição de claro apoio à proposta da Comissão Europeia, afastando-se de alguns países europeus que põem em causa os benefícios ambientais da Directiva e contrariam os dados científicos que demonstram a poluição gerada pela produção de combustíveis a partir de fontes não convencionais”, salienta a associação ambientalista, em comunicado.

Segundo a Quercus, a posição daqueles países “ameaça o cumprimento da meta de redução de emissões de gases com efeito de estufa imposta pela Directiva da Qualidade dos Combustíveis e a liderança da União Europeia na política climática global”.

Um grupo de oito prémios Nobel da Paz - incluindo Desmond Tutu (África do Sul) e Ramos Horta (Timor-Leste) - enviaram ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, uma carta onde apelam ao apoio de Portugal para manterem a Europa livre de areias betuminosas provenientes do Canadá e Estados Unidos e apostarem em combustíveis limpos, acrescenta a Quercus.

A associação avança que até terça-feira “as secretarias de Estado do Ambiente e da Energia discutiam o sentido final de Portugal na votação a ocorrer amanhã [quinta-feira]”, decisão que a Quercus diz continuar a desconhecer.

A posição de Portugal “será determinante para perceber a coerência das nossas políticas climática e energética e clarificar diferenças que começam a surgir cada vez mais entre os anúncios e as decisões políticas finais deste governo”, acrescenta.

Na segunda-feira, o Canadá ameaçou queixar-se na Organização Mundial do Comércio contra a União Europeia (UE), se esta classificar o petróleo extraído das areias betuminosas do oeste canadiano numa categoria mais poluente do que o de outras fontes, conforme noticiou a AFP.

A UE dirigiu aos seus Estados membros uma proposta que visa limitar a utilização de petróleo não convencional, como o extraído das areias betuminosas do oeste canadiano, afirmando que a sua exploração representa uma ameaça para o Ambiente.

A Quercus cita vários estudos científicos que mostram a existência de diferenças importantes na forma como os combustíveis são produzidos, com impacte significativo nas emissões de gases com efeito de estufa ao longo do seu ciclo de vida. Por exemplo, o processo de produção de gasolina a partir de areias betuminosas emite mais 18% a 49% de emissões de gases com efeito de estufa do que a produção de gasolina convencional na UE, acrescenta.