Prémio distingue reabilitação da floresta destruída pelo fogo na Madeira

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O Pico do Areeiro é uma das zonas abrangidas pela recuperação do coberto vegetal Pedro Cunha

Impulsionadora do viveiro de plantas endémicas da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal (AAPEF), na Quinta Jardins do Lago, Elda Sousa integra o projecto implementado por esta associação na sequência dos dramáticos eventos de Agosto de 2010, quando o maciço central da ilha da Madeira foi devastado por incêndios que atingiram 12% do território. "Sentiu-se então a urgência de colmatar as necessidades de plantas endémicas e indígenas para iniciar de imediato a recuperação do coberto vegetal das zonas altas da ilha, nomeadamente as áreas de plantação que a associação coordena com o trabalho de sócios e outros voluntários, no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha", frisa Elda Sousa, guia-intérprete.

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Impulsionadora do viveiro de plantas endémicas da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal (AAPEF), na Quinta Jardins do Lago, Elda Sousa integra o projecto implementado por esta associação na sequência dos dramáticos eventos de Agosto de 2010, quando o maciço central da ilha da Madeira foi devastado por incêndios que atingiram 12% do território. "Sentiu-se então a urgência de colmatar as necessidades de plantas endémicas e indígenas para iniciar de imediato a recuperação do coberto vegetal das zonas altas da ilha, nomeadamente as áreas de plantação que a associação coordena com o trabalho de sócios e outros voluntários, no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha", frisa Elda Sousa, guia-intérprete.

O incêndio de grande dimensão afectou o trabalho que a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal vinha realizando desde 2001 no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha. Nesta propriedade estava a ser desenvolvido um projecto de recuperação da biodiversidade, bastante delapidada pelo pastoreio intensivo e por fogos. O projecto, para além da reflorestação feita exclusivamente em regime de voluntariado, englobava um circuito pedonal de descoberta da natureza com informação sobre a origem e evolução geomorfológica da serra encimada pelo Pico do Areeiro.

Floresta contra cheias

O objectivo, frisa o geógrafo Raimundo Quintal, presidente da AAPEF, é "despertar as consciências para a profunda relação entre a floresta e os recursos hídricos, demonstrando no terreno como é possível aumentar consideravelmente a infiltração da água e diminuir os riscos das cheias repentinas". O incêndio "destruiu quase uma década de trabalho, mas logo após a catástrofe decidimos que era importante retomar o projecto".

Com o viveiro, agora distinguido, pretendem produzir nos próximos anos uma grande quantidade de plantas indígenas para continuar o trabalho de repovoamento vegetal daquelas áreas. "Queremos aumentar não só o número de plantas, mas também a variedade de espécies indígenas típicas das grandes altitudes", afirma Elda Sousa, revelando que quase todos os sábados entre 200 a 300 plantas saíam no viveiro, para serem plantadas por dezenas de voluntários e associados da AAPEF. "Fizemos as sementeiras e neste momento já saíram cinco mil plantas para o Cabeço da Lenha e ainda temos mais de dez mil para plantar", diz com orgulho.

No último fim-de semana, apesar da geada, ficaram na serra mais 1200 plantas de uma dúzia de espécies indígenas criadas no viveiro coordenado por Elsa Sousa e oferecidas pela Direcção Regional de Florestas.

Além de Elda Sousa, que representará Portugal no concurso internacional Terre de Femmes, a 8 de Março em Paris, a Fundação Yves Rocher distinguiu este ano Alexandra Cunha, com o projecto "Adopte-uma-Pradaria-Marinha", desenvolvido com o apoio do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) para sensibilizar o público e as entidades responsáveis para a degradação destes habitats. E, em terceiro lugar, ficou Ana Sofia André, pelo projecto "Viveiro de plantas autóctones", desenvolvido em colaboração com o Grupo Flamingo.