Ordem apela à adequação dos numerus clausus para cursos de Medicina

Foto
A Ordem diz que que há excesso de vagas para Medicina

“Se o Estado continuar a financiar cursos a mais e a impor vagas em excesso, que reduzem a qualidade da formação, não pode depois dizer que não há dinheiro para tratar os doentes ou para permitir que todos os licenciados em Medicina tenham acesso a uma especialidade”, adianta o bastonário.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Se o Estado continuar a financiar cursos a mais e a impor vagas em excesso, que reduzem a qualidade da formação, não pode depois dizer que não há dinheiro para tratar os doentes ou para permitir que todos os licenciados em Medicina tenham acesso a uma especialidade”, adianta o bastonário.

José Manuel Silva reagia desta forma ao “reduzido número de vagas para o Concurso B 2012 de acesso ao Internato da Especialidade”.

“Em solidariedade com os jovens candidatos, surpreendidos à última hora com o drástico corte no número de vagas, mas sobretudo em defesa da transparência e da justiça, a Ordem dos Médicos propõe que o Ministério da Saúde abra todas as capacidades formativas disponíveis até se atingir um número de vagas semelhante, em qualidade e quantidade, àquele que tem sido hábito nos mais recentes concursos”.

“Não podem ser os jovens médicos a sofrer as consequências da falta de planeamento, com excesso de vagas para Medicina, e do paradoxo da recente abertura dos cursos de Medicina de Faro e Aveiro, com o Estado a oferecer um segundo curso a quem já tinha um primeiro”, prossegue o bastonário.

O Estado, afirma José Manuel Silva, “tem a obrigação de permitir que todos os jovens tenham uma segunda e consistente oportunidade para tirarem a especialidade para a qual têm vocação”.

“Certamente não interessa ao Estado nem aos doentes a existência de profissionais frustrados e desmotivados”, adverte o bastonário.