La Grande

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Nada que ver com infligir dor; simplesmente uma tentativa aturada de reanimação. A fórmula parece ter sido conseguida agora que a rapariga desenhou o seu nome num contrato com a City Slang e a editora, qual padrinho a zelar por uma educação digna para o seu novo afilhado, passou-lhe contactos telefónicos de gente conhecida por ter boas mãos para estimular a circulação sanguínea de canções alheias. Joey Burns, dos Calexico, mais malta vária dos Decemberists e Dodos reuniram-se em torno de “La Grande” e deu nisto: o melhor e delicioso novo álbum de Laura Gibson. Sem que lhe seja necessário levantar a voz para se impor aos seus notáveis convidados. Se a sua folk sempre preferiu explorar veredas a trilhos mais batidos - só tangencialmente foi menina de chamar a atenção para a condição frágil de voz, guitarras e canções-de-cabeceira, nunca de alinhar pela equipa da excentricidade valha-nos-deus-somos-free-folk -, só agora Gibson consegue colar com maravilhamento a sua voz de Joanna Newsom sem tremuras a uma parede instrumental delicada, ainda que aqui e ali ritmicamente mais agitada (ou não andassem os Dodos na vizinhança). E uma vez que Laura Gibson já é “la grande” - título justificável pelas subtis declinações sul-americanas, belíssimas em “Lion/Lamb”, por exemplo, como se Caetano lhe tivesse mandado uma canção de Londres nos anos 70 e só agora tivesse chegado à destinatária -, resta-lhe manter-se longe da ratoeira em que caíram os Calexico de Joey Burns, tão empenhados em conseguir um som distintivo que andam há anos a rodopiar no mesmo sítio.

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Nada que ver com infligir dor; simplesmente uma tentativa aturada de reanimação. A fórmula parece ter sido conseguida agora que a rapariga desenhou o seu nome num contrato com a City Slang e a editora, qual padrinho a zelar por uma educação digna para o seu novo afilhado, passou-lhe contactos telefónicos de gente conhecida por ter boas mãos para estimular a circulação sanguínea de canções alheias. Joey Burns, dos Calexico, mais malta vária dos Decemberists e Dodos reuniram-se em torno de “La Grande” e deu nisto: o melhor e delicioso novo álbum de Laura Gibson. Sem que lhe seja necessário levantar a voz para se impor aos seus notáveis convidados. Se a sua folk sempre preferiu explorar veredas a trilhos mais batidos - só tangencialmente foi menina de chamar a atenção para a condição frágil de voz, guitarras e canções-de-cabeceira, nunca de alinhar pela equipa da excentricidade valha-nos-deus-somos-free-folk -, só agora Gibson consegue colar com maravilhamento a sua voz de Joanna Newsom sem tremuras a uma parede instrumental delicada, ainda que aqui e ali ritmicamente mais agitada (ou não andassem os Dodos na vizinhança). E uma vez que Laura Gibson já é “la grande” - título justificável pelas subtis declinações sul-americanas, belíssimas em “Lion/Lamb”, por exemplo, como se Caetano lhe tivesse mandado uma canção de Londres nos anos 70 e só agora tivesse chegado à destinatária -, resta-lhe manter-se longe da ratoeira em que caíram os Calexico de Joey Burns, tão empenhados em conseguir um som distintivo que andam há anos a rodopiar no mesmo sítio.