Google quis dar o exemplo e castigou o seu próprio browser

O Google foi acusado de permitir uma estratégia publicitária que viola o seu próprio código de conduta

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O Google decidiu enxotar o seu "browser", o Chrome, para fora das primeiras páginas de resultados no motor de busca, depois de ter sido acusado de permitir uma estratégia publicitária que viola o seu próprio código de conduta. Em causa está o pagamento em dinheiro a "bloggers" para a publicação de artigos sobre um vídeo de publicidade ao Chrome, acompanhados da frase "This post is sponsored by Google" (Este post é patrocinado pelo Google). 

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O Google decidiu enxotar o seu "browser", o Chrome, para fora das primeiras páginas de resultados no motor de busca, depois de ter sido acusado de permitir uma estratégia publicitária que viola o seu próprio código de conduta. Em causa está o pagamento em dinheiro a "bloggers" para a publicação de artigos sobre um vídeo de publicidade ao Chrome, acompanhados da frase "This post is sponsored by Google" (Este post é patrocinado pelo Google). 

Num dos casos, um "blogger" deixou um "link" directo para o endereço oficial do Chrome, o que viola as regras de qualidade da empresa sobre comportamento na Web. A campanha publicitária foi encomendada à empresa britânica Essence Digital, que depois encarregou outra empresa, a Unruly Media, de espalhar os vídeos pela Web.

Foi esta empresa que entrou em contacto com os "bloggers" para que publicassem artigos sobre o vídeo. Os responsáveis do Google afirmam que nunca tiveram a intenção de pagar a "bloggers" com vista à publicação de "links" directos para o Chrome, mas – em resposta à vaga de notícias sobre este assunto, que começaram no site Search Engine Land –, dizem agora que a empresa deve dar o exemplo.

A explicação chegou através da rede social Google+, pela mão do director do departamento da empresa que visa combater o "spam" na Web, Matt Cutts. "Se forem ver as duas dúzias de artigos patrocinados (tal como fez a nossa equipa de controlo de"spam"), vão verificar que mostram um vídeo sobre o Google Chrome, mas não têm nenhum "link" directo para o Google Chrome", escreveu o responsável da empresa norte-americana.

O problema é que, no parágrafo seguinte, Matt Cutts admite que a sua equipa encontrou um artigo com um "link" para o endereço oficial do "browser". Assim, o endereço será penalizado nas pesquisas no Google por "pelo menos 60 dias". Findo este período, "alguém por parte da equipa do Chrome pode enviar um pedido de reavaliação desta decisão, tal como qualquer outra empresa teria de fazer".