Turquia reconhece ter bombardeado por engano 35 contrabandistas curdos

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A população local recolheu 35 corppos Emil Bal/REUTERS

“De acordo com as primeiras informações que recebemos, estas pessoas eram traficantes, e não terroristas” — o termo usado para designar os rebeldes separatistas curdos do PKK —, afirmou Huseyin Celik, vice-presidente do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan. “Em nome do meu partido, quero exprimir a nossa consternação. Se houve um erro, quero garantir que o assunto não será enterrado.”

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“De acordo com as primeiras informações que recebemos, estas pessoas eram traficantes, e não terroristas” — o termo usado para designar os rebeldes separatistas curdos do PKK —, afirmou Huseyin Celik, vice-presidente do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan. “Em nome do meu partido, quero exprimir a nossa consternação. Se houve um erro, quero garantir que o assunto não será enterrado.”

Segundo as autoridades locais, pró-curdas, que divulgaram imagens de corpos tapados por cobertores e burros mortos, a maior parte das vítimas eram jovens, alguns até com 17 anos, que faziam contrabando de cigarros ou diesel entre o Iraque e a Turquia. Seriam cerca de 50, e alguns estão ainda desaparecidos.

O Partido da Paz e Democracia (BDP, pró-curdo), enviou dirigentes para Uludere, o local da província de Sirnak de onde se pensa que são as vítimas, diz a AFP. “Isto é um massacre. Os aviões de guerra deste país bombardearam um grupo de 50 dos seus cidadãos para os destruir. É um crime de guerra e contra a humanidade”, disse a vice-secretária do BDP, Gultan Kisanak, numa conferência de imprensa Diyarbakir, a mais importante cidade do Curdistão turco.

O BDP anunciou que ia organizar manifestações de protesto em Istambul e noutros locais para protestar contra o bombardeamento — e em Istambul começaram já ontem. Mais de 2000 curdos ocuparam a praça Taksim, na parte europeia da cidade, gritando slogans como “o Curdistão será a tumba dos fascistas” e “Erdogan assassino”. Houve confrontos com a polícia, que usou canhões de água para dispersar os manifestantes, e várias detenções, diz a AFP.

Notícia actualizada às 18h13