Houve Malafeev a mais e liderança e personalidade a menos

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Ontem, o FC Porto precisava do verdadeiro Hulk, do jogador desequilibrador que, aqui e ali, consegue ganhar os jogos quase sozinho e que, por isso, tem uma cláusula de rescisão estratosférica. Mas o brasileiro falhou quando a equipa mais precisou dele, principalmente na segunda parte, quando recuperou o lugar no lado direito. Houve também mérito da organização defensiva do Zenit. Mas isso já era de esperar de uma equipa treinada por Spalletti.

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Ontem, o FC Porto precisava do verdadeiro Hulk, do jogador desequilibrador que, aqui e ali, consegue ganhar os jogos quase sozinho e que, por isso, tem uma cláusula de rescisão estratosférica. Mas o brasileiro falhou quando a equipa mais precisou dele, principalmente na segunda parte, quando recuperou o lugar no lado direito. Houve também mérito da organização defensiva do Zenit. Mas isso já era de esperar de uma equipa treinada por Spalletti.

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O italiano surpreendeu ao dar a titularidade ao veterano Semac, um médio que na primeira parte ajudou a fechar na direita e a travar James e que, no segundo tempo, passou para o lado contrário, para servir de tampão a Hulk. O Zenit começou por desenhar-se em 4x2x3x1, mas evoluiu para o 4x5x1, deixando toda a gente atrás da linha da bola, menos Lazovic. Habitualmente extremo ou número dez, este sérvio ocupava a zona central do ataque, porque Kerzhakov está lesionado e Bukharov ficou no banco. A ideia era apostar na mobilidade ofensiva.

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A equipa portista manteve tudo o que apresentou nos últimos jogos, até a colocação de Maicon a lateral direito, o que só serve para deixar a equipa um pouco manca nas alas. Manteve-se também a inversão do triângulo do meio-campo, mas Defour, o vértice mais adiantado, não deu o apoio que se exigia ao tridente ofensivo (Belluschi tem melhores características para o papel). Durante 45 minutos, o FC Porto dominou (59 % de posse de bola) e levou vantagem em todos os capítulos. Viu-se então um jogo variado e Moutinho tentou surpreender com passes verticais. Mas faltou velocidade e o único lance realmente perigoso foi desperdiçado por Djalma, aos 6’.

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Em vez da equipa que não se quis expor em demasia e que tentou manter os equilíbrios, na segunda parte começou por se ver um FC Porto bem mais acutilante. Já entrara Kléber e passara a haver uma referência na área. James recuou para a posição dez. Foi a melhor fase do FC Porto e valeu então ao Zenit a categoria do guarda-redes Malafeev.

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Os últimos 15 minutos foram de risco total. O FC Porto assumiu uma defesa de três homens para permitir a entrada de Belluschi. Uma opção discutível. Provavelmente, teria sido melhor dar outra profundidade ao corredor direito com a simples troca de Maicon por Fucile. Com a opção que tomou, Vítor Pereira aumentou as unidades ofensivas, mas afunilou ainda mais o jogo. Durante essa fase, o nervoso das bancadas contagiou a equipa e o contra-ataque do Zenit só não funcionou por milagre.