Sinais de trânsito no Marquês de Pombal e chapéus-de-chuva na Praça do Chile

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A Praça Luís de Camões, o Rossio, a Rua Augusta, a Praça da Figueira e a Praça de Londres são os outros locais da cidade que vão receber, em princípio a partir de sábado, instalações natalícias. A câmara vai investir na iniciativa cerca de 150 mil euros, valor que contrasta com os 846 mil gastos no ano passado.

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A Praça Luís de Camões, o Rossio, a Rua Augusta, a Praça da Figueira e a Praça de Londres são os outros locais da cidade que vão receber, em princípio a partir de sábado, instalações natalícias. A câmara vai investir na iniciativa cerca de 150 mil euros, valor que contrasta com os 846 mil gastos no ano passado.

As sete instalações foram escolhidas depois de consultados 25 artistas, designers e arquitectos, dos quais 16 apresentaram propostas. Segundo uma nota camarária foram depois eleitas as peças "que evocassem de forma original, qualificada e criativa uma alusão à época natalícia, que interpelassem com impacto os cidadãos e que tivessem em atenção o contexto urbano". A autarquia "quer dar sinais claros de apoio à criatividade e aos novos talentos".

Entre elas está a proposta de Pedro Sousa e de Bárbara Silva para o Marquês de Pombal, intervenção que a autarquia considera que "devolve uma carga poética a esta praça". O arquitecto Pedro Sousa revela que vão ser colocados cerca de 250 sinais de trânsito, de várias dimensões. No interior dos sinais haverá palavras alusivas ao Natal e símbolos da quadra, como prendas, árvores, estrelas, flocos de neve e o Pai Natal.

"Plantação" de sinais

Pedro Sousa explica que uma das suas preocupações foi "fugir das típicas iluminações de Natal, que as empresas vão deslocando de sítio para sítio e que são pouco identificáveis com o local". Como este é também um sítio de Lisboa que nunca dorme, Pedro Sousa quis que a sua instalação pudesse ser vista a qualquer hora. Quem passar no Marquês de Pombal durante o dia verá os sinais por inteiro e quem lá passar à noite verá apenas os símbolos no seu interior, iluminados pelas luzes dos automóveis.

Para a Rua Augusta, o atelier ADOC pegou no tradicional pinheiro de Natal e deu-lhe uma nova vida. Como explica Duarte Cardoso Ferreira, 28 peças de plástico rijo de cor encarnada, cada uma representando metade de um pinheiro, serão dispostas no quarteirão final da artéria, junto ao arco para o Terreiro do Paço. "Estamos a tentar trazer à iluminação de Natal um visual o mais virgem possível, esta instalação não pretende ser uma dissertação filosófica", diz o arquitecto, acreditando que cada pessoa fará desta obra uma interpretação diferente.

A proposta para a Praça do Chile, concebida por Catarina Pestana, com o atelier Dasein, intitula-se Está de Chuva! e, para além de assinalar o Natal, faz um apelo à reutilização de materiais. Dessa forma, a praça vai encher-se de chapéus-de-chuva iluminados, de várias cores. Catarina Pestana explica que a ideia foi também abordar o panorama actual, marcado pela crise, mas com uma leitura positiva. "Queríamos transformar um contexto mais depressivo numa coisa boa", conta a designer.

Na Praça Luís de Camões, Pedro Campos Costa aposta na distribuição de pins luminosos a quem passar, enquanto no Rossio a proposta de Diogo Aguiar e Teresa Otto adapta objectos de uso quotidiano em colunas iluminadas. Pedro Sottomayor recria, na Praça da Figueira, "uma constelação" de estrelas. Por seu lado, José Adrião propõe, na Praça de Londres, um novo desenho de uma árvore.