Pressão dos mercados agrava juros da dívida de Espanha para níveis recorde

Foto
Pedro Valdez

Na dívida espanhola com a maturidade de dez anos, as taxas bateram um recorde desde que existe a moeda única. Chegaram esta tarde aos 6,448%, acompanhadas pela subida dos juros da dívida a cinco anos, que escalaram também para um recorde histórico, quase a tocar na barreira dos 6%. As taxas estão agora nos 5,896%.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Na dívida espanhola com a maturidade de dez anos, as taxas bateram um recorde desde que existe a moeda única. Chegaram esta tarde aos 6,448%, acompanhadas pela subida dos juros da dívida a cinco anos, que escalaram também para um recorde histórico, quase a tocar na barreira dos 6%. As taxas estão agora nos 5,896%.

Em Itália, as taxas dos juros a dez anos (o prazo de referência nos mercados) mantêm-se acima do patamar psicológico dos 7%, com uma ligeira subida para os 7,064% (face a 7,057% de ontem). Embora registem um recuo, as taxas a cinco anos continuam também acima desta barreira (nos 7,12%). A dívida a dois anos regista uma subida para os 6,766%.

O contágio da crise da dívida europeia está a deixar as grandes economias da moeda única – Itália é a terceira potência da zona euro e Espanha a quarta – sob grande pressão dos mercados financeiros. Receosos quanto à resposta europeia para a resolução da crise, os mercados alargaram o raio de acção ao centro europeu, deixando expostas a maiores riscos economias que até agora se mantinham afastadas do epicentro da crise.

França, a segunda maior economia europeia, regista uma subida das taxas de juro a dez anos para os 3,7%, aproximando-se do recorde deste ano (3,784%) a que chegou em Abril, nas vésperas de Portugal pedir a intervenção externa à União Europeia e ao FMI.

Hoje, a diferença em relação às taxas de juro alemãs, que servem de referência nos mercados secundários, aumentou para o valor mais alto desde, pelo menos, 2007. A margem da dívida francesa relativamente à alemã está muito próxima dos 190 pontos-base.

Nos mercados de capitais, a Europa deu sinais contraditórios sobre o aumento do risco de contágio, ao encerrar sem tendência definida entre as bolsas de referência.

Mas apesar da pressão dos mercados de dívida sobre Espanha, a bolsa de Madrid resistiu às incertezas, terminado com uma subida ligeira, de 0,81%. Na mesma trajectória, Paris cresceu 0,52% e Amesterdão avançou 0,53%.

Já a praça lisboeta fechou em queda pela sétima sessão consecutiva. Com nove cotadas em alta, nove em queda e duas com as acções inalteradas, o PSI-20 cedeu 0,38%. Foi acompanhado nas perdas pela praça de Londres, que contraiu 0,15%, por uma queda de 0,26% em Bruxelas, por Frankfurt, que desvalorizou 0,33%, e por Atenas, onde a bolsa perdeu já 2,41%.