Adesão dos trabalhadores da aviação à greve geral vai paralisar transporte aéreo

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A maioria dos trabalhadores da NAV escolheu a adesão Paulo Ricca (arquivo)

A maioria dos trabalhadores da NAV, responsável pela gestão do tráfego aéreo em território nacional, já votou favoravelmente a adesão aos protestos convocados, em conjunto, pela CGTP e pela UGT. E o mesmo se espera do lado dos tripulantes. Já os pilotos da TAP vão decidir no dia 15 se participam na contestação, embora de forma independente.

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A maioria dos trabalhadores da NAV, responsável pela gestão do tráfego aéreo em território nacional, já votou favoravelmente a adesão aos protestos convocados, em conjunto, pela CGTP e pela UGT. E o mesmo se espera do lado dos tripulantes. Já os pilotos da TAP vão decidir no dia 15 se participam na contestação, embora de forma independente.

O mais provável é que, no dia da greve, marcada em protesto contra as medidas de austeridade inscritas no Orçamento do Estado para 2012, haja sérias restrições ao transporte aéreo. Isto porque a operação das companhias de aviação está dependente do funcionamento da NAV, a operadora estatal que faz o controlo do tráfego que entra e sai de Portugal.

Durante o dia de ontem, dois dos sindicatos da empresa, que representam cerca de 50% dos trabalhadores, saíram das respectivas assembleias gerais com um voto favorável dos associados à adesão à manifestação de 24 de Novembro. Havia ainda outro encontro agendado para as 21h, por parte da estrutura sindical que representa os controladores aéreos.

Apesar de não ter sido possível apurar o desfecho desta assembleia até ao fecho desta edição, o presidente da Comissão de Trabalhadores (CT) da NAV, Carlos Felizardo, declarou ao PÚBLICO que "o mais provável seria que os associados decidissem aderir à greve geral".

O "sim" dos controladores aéreos elevaria para cerca de 80% a percentagem de funcionários da operadora a juntarem-se aos protestos convocados pela CGTP e pela UGT, exactamente um ano depois de Portugal ter sido palco de uma paralisação organizada conjuntamente pelas duas centrais sindicais. Durante o dia de hoje, haverá ainda reuniões com os sindicatos que representam os restantes trabalhadores.

Tripulantes e pilotos

Para Carlos Felizardo, o nível de adesão à greve está relacionado com o facto de a NAV, à semelhança das restantes empresas públicas, estar obrigada a aplicar as medidas de contenção como a redução dos custos operacionais. Além disso, acrescentou que o facto de a empresa estar, desde Janeiro, sem conselho de administração (na sequência da renúncia do presidente), tem sido "um factor penalizador". Foi neste contexto que os sindicatos da operadora se uniram para apresentar a moção de adesão à greve, que agora está a receber o acordo dos trabalhadores.

O mesmo deverá acontecer na assembleia geral agendada pelo Sindicato Nacional do Pessoal da Aviação Civil para 8 de Novembro, terça-feira. A direcção ainda não fechou a proposta a apresentar aos tripulantes, mas o PÚBLICO apurou que a ideia será permitir que sejam os associados (que estão ao serviço da TAP, mas também da SATA e da Portugália) a decidir se querem juntar-se aos protestos. E as previsões do sindicato apontam para que haja um voto favorável à greve de 24 de Novembro.

Também os pilotos já agendaram uma assembleia para 15 de Novembro, embora, neste caso, não esteja em cima da mesa a adesão às acções da CGTP e da UGT, uma vez que o sindicato que representa a classe não está ligado a nenhuma das centrais. Ainda assim, a ordem de trabalhos inclui a votação de novas formas de luta, como a marcação de uma greve. A confirmar-se a paralisação, será um movimento independente associado ao processo de privatização da TAP.