Menos fumo e álcool, mais dinheiro no jogo

Jovens de Macau apostam mais tempo e mais dinheiro no jogo. Mahjong, cartas, slot machine, apostas de futebol, etc.

Fotogaleria

O interesse dos jovens no jogo diminuiu mas o valor apostado e o tempo médio dispendido nesta actividade aumentaram, revela um estudo sobre a juventude em Macau, realizado em 2010 e agora divulgado.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O interesse dos jovens no jogo diminuiu mas o valor apostado e o tempo médio dispendido nesta actividade aumentaram, revela um estudo sobre a juventude em Macau, realizado em 2010 e agora divulgado.

De acordo com o estudo — encomendado pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude ao gabinete coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui Macau — apenas 9,2 por cento dos 3.992 jovens entrevistados (com idades entre os 13 e os 29 anos) admitiram ter jogado em Julho de 2010, o que corresponde a uma diminuição de 3,5 por cento em relação aos 12,7 por cento de 2008.

“No entanto, comparativamente com o mesmo ano, verificou-se um aumento no tempo médio da participação dos jovens nas diversas modalidades do jogo (tais como mahjong, cartas, slot machine, apostas de futebol, etc.)” e “foi notório o aumento do gasto médio nos casinos em relação ao 2008”, concluiu-se.

Na apresentação do estudo, Lee Kwok Hoo, director do centro de Sheng Kung Hui Macau, precisou que dos 300 jovens que admitiram jogar “gastam em média quatro horas e meia”, quase o dobro em relação “às duas horas e meia contabilizadas em 2008”.

Além disso, o volume de apostas passou de 600 patacas (52 euros) em 2008 para mais de 4.800 patacas (416 euros) em 2010, adiantou o mesmo responsável.

Mais preocupante entre os 21 e 24 anos

Lee Kwok Hoo indicou que os jovens entre os 21 e 24 anos são o grupo mais preocupante, uma vez que “demonstram mais interesse nas actividades do jogo e já auferem rendimentos”.

Já os jovens que admitiram estar viciados em cybercafés/ centros de máquinas de diversão e jogos de vídeo decresceu 3,8 por cento para 6,4 por cento no ano passado.

O número de jovens fumadores baixou 4,4 por cento, fixando-se em 7,4 por cento dos inquiridos em 2010. Também o consumo de álcool diminuiu entre os jovens, com 29,2 por cento a assumir o hábito em 2010, menos 12,5 por cento em relação aos 41,7 por cento apurados em 2008.

O estudo foi realizado entre Março e Agosto de 2010 e incidiu sobre os temas da saúde, desporto, participação cívica e social, delinquência e comportamentos desviantes, consumo e qualidade de vida, entre outros. Os 3.992 jovens inquiridos correspondem a 2,68 por cento da população juvenil com idades entre os 13 e 29 anos.