Merkel diz que é preciso consertar as imperfeições do euro “agora”

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Angela Merkel, chanceler alemã REUTERS/Thomas Peter

Merkel deu como hipótese mais provável que os líderes europeus subam a percentagem do perdão da dívida grega que está nas mãos do sector privado para 50%, embora tenha clarificado que isso, por si só, não resolve os problemas da Grécia. “Devem ser implementadas reformas estruturais” pelo Governo de Atenas, reforçou.

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Merkel deu como hipótese mais provável que os líderes europeus subam a percentagem do perdão da dívida grega que está nas mãos do sector privado para 50%, embora tenha clarificado que isso, por si só, não resolve os problemas da Grécia. “Devem ser implementadas reformas estruturais” pelo Governo de Atenas, reforçou.

Perante os deputados, afirmou ser preciso “consertar as imperfeições” da união monetária europeia “agora ou jamais”, noticia a agência AFP.

A chanceler alemã defendeu a alteração dos tratados europeus como forma de combater a crise da dívida soberana. “Onde é que está escrito que uma revisão dos tratados deve durar dez anos?”, questionou no Parlamento.

Falando no mesmo dia da cimeira de Bruxelas onde se sentará à mesa com os líderes europeus para tentar fechar um acordo de resolução da crise da dívida em várias frentes de combate, Merkel sublinhou que a zona euro “tem de agarrar a oportunidade” de reforma que esta crise oferece. “Caso contrário, será um fracasso”, contrapôs.

“As modificações dos tratados comportam sempre riscos, é um caminho trabalhoso, reconheceu Merkel, sublinhando, ainda assim, “que é preciso que estejamos prontos para seguir este caminho”.

Se assim for, a chanceler acredita que será possível “instalar uma cultura de estabilização na Europa”, dando às instituições europeias a possibilidade de “intervir” na gestão dos países “que infringirem as regras compulsivamente”.

Para além da decisão sobre a redução da dívida grega detida pelos privados, no Conselho Europeu de hoje os chefes de Estado e de Governo europeus esperam, apesar das profundas divergências que separam alguns parceiros, chegar a acordo sobre questões-chave para o futuro da moeda única: um plano de recapitalização de bancos europeus, a forma de alargar a capacidade de intervenção do fundo de socorro do euro e o papel do Banco Central Europeu em todo o processo de resolução da crise.

Notícia actualizada às 14h01