Confrontos violentos causam mais de 70 feridos em Roma

Desacatos resultaram ainda em vidros das janelas de vários bancos partidos, viaturas incendiadas e num anexo do Ministério da Defesa atacado

Foto
Pelo menos duas viaturas foram incendiadas durante os protestos em Roma Reuters

Vidros das janelas de vários bancos partidos, viaturas incendiadas e um anexo do Ministério da Defesa atacado. Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se no centro de Roma e houve confrontos com a polícia de que resultaram em mais de 70 feridos, três deles em estado grave.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Vidros das janelas de vários bancos partidos, viaturas incendiadas e um anexo do Ministério da Defesa atacado. Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se no centro de Roma e houve confrontos com a polícia de que resultaram em mais de 70 feridos, três deles em estado grave.

A capital italiana foi o cenário de um dos mais violentos protestos que neste sábado, dia 15 de Outubro, decorram em mais de 900 cidades de todo o mundo. Um grupo de manifestantes atirou garrafas e cocktails molotov contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo e canhões de água para procurar dispersar os manifestantes.

Os vidros de vários bancos foram partidos, alguns manifestantes deitaram fogo a um anexo do Ministério da Defesa, a meio da tarde, e outros manifestantes encapuzados incendiaram duas viaturas. O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi condenou os actos de violência e disse que os responsáveis seriam identificados e punidos.

Foto
Os incidentes ocorreram perto do Coliseu, onde milhares de pessoas se manifestavam Reuters

Museus encerraram mais cedo

Nas ruas de Roma ouviram-se palavras de ordem como "Uma só solução, a revolução!" ou "Não somos bens nas mãos dos banqueiros". A violência dos protestos levou o presidente da autarquia de Roma, Gianni Alemanno, a ordenar o encerramento de todos os museus na capital italiana.

O protesto tinha começado de forma pacífica, mas tornou-se violento depois de se lhe terem juntando alguns manifestantes radicais do grupo "black blocs". Houve incidentes perto do Coliseu, onde milhares de pessoas se manifestam contra a precariedade e o poder financeiro. Uma coluna de fumo elevou-se ao início da tarde naquele local, para onde foram mobilizados os bombeiros

Pouco depois do início da manifestação, pequenos grupos arremessaram sinais de trânsito contra as janelas de dois bancos, antes de fugirem e se confundirem com a multidão, conta a agência AFP. De acordo com a agência italiana Ansa, os manifestantes tentaram travar um outro grupo de agitadores, com máscaras negras, mas isso não impediu a violência.

Actos de solidariedade e vandalismo

Os manifestantes de Roma, que também se auto-intitulam "os indignados", são descritos como um grupo composto sobretudo por estudantes, trabalhadores precários, desempregados e reformados. Mas também participaram no protesto pessoas que, apesar de empregadas, são solidárias com a causa dos indignados.

"Estou aqui para apoiar aqueles cujo dinheiro acaba antes do fim do mês enquanto o Banco Central Europeu continua a passar cheques para alimentar os bancos e a trucidar os trabalhadores e as suas famílias", afirmou à Reuters Danila Cucunia, uma professora de 43 anos que vive no Norte de Itália.

"Os jovens têm razão em estar indignados", comentou hoje o governador do Banco de Itália, Mario Draghi, aos jornalistas à margem da reunião do G20 em Paris. "Estão em cólera contra o mundo das finanças. Compreendo-os", acrescentou este economista.