Seguro diz que se Passos não quebrar silêncio quanto a Jardim, perde legitimidade para exigir sacrifícios

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"A leviandade da Madeira fragiliza a credibilidade" do país, disse Seguro Adriano Miranda/arquivo

Na festa anual do PS de Castelo de Paiva, António José Seguro começou por fazer uma distinção entre o povo madeirense e o seu governo regional, que “não são a mesma coisa”, para questionar depois “como é possível que o PSD da Madeira tenha escondido, desde 2003 até ao ano passado, dívidas superiores a mil milhões de euros “ – e às quais se devem somar outras, que “podem ser da ordem dos oito mil milhões”.

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Na festa anual do PS de Castelo de Paiva, António José Seguro começou por fazer uma distinção entre o povo madeirense e o seu governo regional, que “não são a mesma coisa”, para questionar depois “como é possível que o PSD da Madeira tenha escondido, desde 2003 até ao ano passado, dívidas superiores a mil milhões de euros “ – e às quais se devem somar outras, que “podem ser da ordem dos oito mil milhões”.

O líder socialista critica o comportamento de Alberto João Jardim perante “a situação de catástrofe a que chegou a Madeira” – “goza com a situação, diz que o fez deliberadamente, que violou a lei e que escondeu propositadamente a dívida”, refere Seguro – e reprova também a reacção de Passos Coelhos, que “disse ‘isso não é comigo, é com o PSD da Madeira”.

António José Seguro exige por isso do primeiro-ministro “que diga com clareza se retira a confiança política a Alberto João Jardim”.

“Se Passos Coelho não esclarecer esta situação continua a ser cúmplice pelo silêncio e pela omissão do desastre do seu partido na Madeira”, defendeu o líder dos socialistas. “Se o Primeiro-Ministro não quebrar o seu silêncio cúmplice, perde legitimidade para exigir mais sacrifícios aos portugueses”.

António José Seguro também quer saber “com clareza qual é a situação real da Madeira e quanto é que isso vai custar a cada madeirense e a cada português”, afirmando que é tempo de impor limitações “ao descalabro das contas públicas” do arquipélago.

“Como é que pode ficar tudo na mesma, como se nada tivesse acontecido, quando se pede tantos sacrifícios aos portugueses?”, questiona o secretário-geral do PS. “Estamos todos a fazer sacrifícios e a dizer que Portugal não é a Grécia, e de um momento para o outro a leviandade da Madeira fragiliza a credibilidade de tudo o que estamos a tentar conseguir”.

Para António José Seguro, “está na altura de exigir às instituições que saibam estar à altura das suas responsabilidades” e a forma como o governo do PSD lidar com a situação terá uma leitura: “Dirá bem da qualidade do Estado de direito em que vivemos”.